O anúncio do governador Reinaldo Azambuja em suspender temporariamente o início da construção do Hospital Regional de Três Lagoas e o de Dourados, sob a alegação de que é preciso antes melhorar os serviços da saúde pública do Estado do que iniciar construções que imobilizam substanciais recursos financeiros, os quais podem ser utilizados na melhoria dos serviços da saúde pública inicialmente procede. Até porque, é certo de que onde não há disponibilidade de recurso financeiro constata-se relativa deficiência na prestação de serviços, agravada pela falta de contratação de profissionais na área médica, ambulatorial e até mesmo na falta de aparelhos para a realização de exames mais acurados, os quais permitem melhor diagnóstico do quadro que o paciente apresenta. Entretanto, no caso de Três Lagoas falta alguém informar ao governador do Estado que este hospital tem por finalidade atender a população sob a orientação acadêmica do curso de medicina aqui instalado por ação e obra da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. E que, conforme anunciado na época este hospital de 180 leitos, que deverá ter atuação regional para atender moradores desta vasta região do Bolsão Sul Mato-grossense, será integralmente mantido e custeado pelo Ministério da Educação, uma vez que se destina a dar suporte e atender o cumprimento da grade curricular do curso de medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. O Ministério da Educação prevê em seu orçamento, segundo informação da própria UFMS veiculada no Jornal do Povo, de que há previsão orçamentária para dotação de hospitais escolas destinados à formação de médicos. Há de se lembrar de que foram criadas no país quatro mil e quinhentas novas vagas em cursos de medicina para atender a demanda daqui a cinco anos, considerando-se a falta de profissionais médicos no país, que aliás, importou uma legião de médicos cubanos, os quais foram alvo de críticas exacerbadas da própria categoria representada pelos Conselhos Regionais de Medicina, que alegam falta de qualificação destes para atuarem na rede pública de saúde, agravada pela dificuldade de entendimento do idioma. Enfim, é preciso esclarecer o governador, concretamente, mostrando-lhe os aspectos favoráveis que recomendam a construção do Hospital Regional de Três Lagoas, que além de melhorar e ampliar o atendimento para os 11 municípios que integraram a região do Bolsão, não agravará as finanças do Estado. Pelo contrário, nada custará ao Estado de Mato Grosso do Sul, além dos quase R$ 42 milhões destinados à sua construção, porque o próprio Ministério da Educação dispõe de recursos financeiros específicos para garantir o funcionamento de hospitais escolas como será o de Três Lagoas, destinado à formação dos acadêmicos do curso de medicina. O fato é que Três Lagoas tem que lutar pela construção deste hospital. E as suas lideranças políticas têm por dever da própria função que se encontram investidos, informar e esclarecer com eficiência tanto o secretário de Saúde do Estado como o próprio governador, de modo que uma decisão como esta pode retardar mais ainda a sua construção considerada importante para a consolidação educacional do próprio curso de medicina instalado em Três lagoas, que certamente, se desenvolverá em um ambiente hospitalar moderno e bem equipado, propiciando melhor atendimento aos cidadãos.
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Três Lagoas tem que lutar pela construção do Hospital Regional
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