Uma cidade do porte de Três Lagoas, que ultrapassa a casa dos 120 mil habitantes não pode ser olhada com descaso e muito menos deixá-la relegada para um segundo ou terceiro plano entre as prioridades, para se resolver os problemas que surgem. Essa situação quando verificada é inconcebível, em uma cidade que têm na estrutura de serviços públicos, guarnição do Corpo de Bombeiros e uma unidade do Samu, cujas atividades de socorro são indispensáveis para atendimentos emergenciais. É certo que não podem ficar na dependência de recursos financeiros para a manutenção das viaturas que utilizam em ações de socorro e transporte de pessoas em estado de necessidade.
Em Três Lagoas, o Corpo de Bombeiros está com as suas três ambulâncias estacionadas em pátio por falta de manutenção. Duas são utilizadas em missão de resgate, aliás, doadas pela inciativa privada em ações mitigatórias. Uma no ano de 2008, e outra em 2011. Portanto, um desses veículos tem seis anos de uso e o outro, três. Mas, como quase não ficam parados, tanto pelo uso como quilometragem rodada começaram a dar oficina, exigem manutenção. E, a terceira ambulância, que foi entregue á corporação através de convênio celebrado com a prefeitura com a valente guarnição de combate a incêndios e socorro, serve ao transporte de doentes, também está “encostada” por falta de manutenção. No caso do Samu, cujo serviço tem uma característica de socorro em equipe formada por médico e enfermeiros, entre assuas três ambulâncias de resgate, somente uma encontrava-se, até ontem, em funcionamento. As demais, quebradas aguardando manutenção. A responsabilidade de manutenção destas viaturas, no caso dos Bombeiros, é do Estado, e na do Samu, certamente, é do governo federal. O fato é que a cidade está desguarnecida para prestar socorros aos seus doentes ou pessoas vítimas de acidentes ou envolvidas em situações consideradas trágicas. Essa constatação retrata mais uma situação que desqualifica o poder público perante a população, que reclama da má qualidade dos serviços que obrigatoriamente devem estar colocados à sua disposição e com qualidade. Como consequência, a credibilidade dos governantes, dos gestores públicos que integram a estrutura administrativa de qualquer organismo nos níveis do município, Estado e União vai se desqualificando. A população tem razão quando desacredita em quem em seu nome tem por obrigação fazer bem, mas não o faz. Certamente, é por isso, que cresce eleição após eleição o número de abstenção e votos nulos, indicadores que representam insatisfação popular e incredulidade na possibilidade de um ou outro candidato, efetivamente, promover as mudanças que a sociedade reclama. Não é sem razão,que essa situação de sucateamento de viaturas leva a crer que estamos diante mais da falta de vontade para se resolver os problemas na medida que vão surgindo, do que de manutenção destas viaturas de socorro. Dinheiro para essa finalidade não deve faltar nunca, diante de tantos outros gastos de menor importância que se constata no dia-a-dia deste país. Incompreensível a conduta de gestores públicos, que optam entre o deixar acontecer do que prevenir.