Desde quando começou atrasar seus compromissos, o Consórcio UFN 3, tem causado transtornos significativos aos operários que prestam seus serviços ou aos empresários que fornecem mercadorias para a construção da fábrica de fertilizantes. O adágio do devo, não nego, mas pago quando puder, causa repulsa e inumeráveis reações, as quais vão desde a ameaça de suspensão de fornecimento materiais e serviços que são utilizados no andamento da construção desta fábrica. O fato é que com o passar do tempo a inadimplência tornou-se uma das caraterísticas desse Consórcio. E como consequência, os maiores prejudicados sempre foram os seus operários, os quais trabalham pelo salário que recebem para garantir com o seus ganhos a manutenção de suas famílias e a própria subsistência. Enfim, é fato que trabalham hoje para comer amanhã. Esses trabalhadores veem dos mais longínquos recantos do nosso país, notadamente, da região nordeste. Mas, para o Consórcio, o que se constata é que pouco importa o cumprimento das suas obrigações trabalhistas dentro do prazo. Aliás, depreende-se, que considera o passivo trabalhista o mais fácil de ser negociado, pois, basta uma “canseira” neste enorme contingente de trabalhadores, apressado para voltar para casa, que qualquer acordo, resolve a pendência e torna-se, lucrativo. O que se estranha, é falta de imposição de duras penas pelos organismos da justiça trabalhista, assim como do Ministério Publico do Trabalho, os quais se aplicaram alguma penalidade pela recorrência desta conduta não deram conhecimento ou publicidade à sociedade, que no dia de ontem, sexta-feira, acabou mais uma vez atingida pelo fechamento por mais de 12 horas, de duas importantes BRs – a 262 e a 158. O trânsito sobre a barragem de Jupiá, que liga Mato Grosso do Sul a São Paulo e o que demanda à Brasilândia ficou literalmente bloqueado, nenhum um carro rompeu a barreira imposta pelos manifestantes. O fato é que somente este tipo de reação fez o Consórcio ouvir o sindicato da classe para esboçar uma proposta de pagamento. Em síntese, se a reação dos trabalhadores que querem receber seus créditos trabalhistas acabou por prejudicar a sociedade civil com o bloqueio de estradas, também, é certo que evidencia a situação caótica da administração de uma construção importante como esta que aqui se ergue para produzir insumos que se destinam a melhoria e correção do solo na produção agrícola do país. Estamos diante de mais uma evidência do estado de calamidade financeira que grassa na Petrobras em consequência de centenas de negociatas praticadas por vários de seus diretores ao longo dos últimos 12 anos, indicados pela administração petista no país. Infelizmente. Por tudo que se vê, depreende-se que o Consórcio esperava um reajuste de valores em seu contrato para a construção da fabrica majorando o seu custo a exemplo de tantas outras que no país foram reajustadas. Esse é um hábito generalizado na administração pública, que na maioria das vezes sacrifica o erário. Como não há ambiente para reajustes de contratos, porque a refinaria de Pernambuco e a de Pasadena tornaram-se a maior chaga na história da empresa que foi símbolo no país e orgulho dos brasileiros, além do maior rombo que se tem notícia. O lema o petróleo é nosso, assim como a Petrobras o é, está desmoronando pela ação corrupta de muita gente que certamente passará um bom tempo na cadeia. Sem contar, que o pré-sal poderá fazer furo na água em consequência da queda mundial do preço do barril do petróleo. A reação dos trabalhadores contra o Consórcio que constrói a fábrica da Petrobras em Três Lagoas, se prejudica centenas de motoristas que querem chegar aos seus destinos, por outro lado, sob o aspecto reivindicatório é mais do que correta. Temos que ser tolerantes e solidários com esses trabalhadores e até mesmo nos colocarmos em seus lugares. A Petrobras, sempre, reafirma em comunicados que tem cumprido com o Consórcio da UFN 3 suas obrigações contratuais, mas como atravessa situação mais do que delicada, não reage contra a empresa que contratou. Então resta a pergunta, o que está acontecendo debaixo de todo este silêncio. Será que por aqui se repetiria as mesmas práticas de sobrepreço que estão noticiadas em inquérito presidido pelo juiz federal, Moro de Londrina? Preferimos acreditar que não. Mas, se alguma notícia neste sentido for revelada, temos que mostrar a nossa reação de indignidade, mais uma vez.
Opinião