*Marçal Rogério Rizzo
Vamos iniciar este artigo com um questionamento: Qual o brasileiro que, em sã consciência, não anda cansado dos escândalos sobre nossos políticos e indignado com eles? Recentemente só estamos vendo mentiras, falcatruas, corrupção, roubalheira do dinheiro público e de estatais, dinheirama no exterior, em malas, em casas de políticos e até em cueca, entre outras pilantragens que os políticos e assessores andam nos apresentando. Parece que, de tempos pra cá, a coisa só piorou. O PT, que se dizia o partido dos mocinhos da política, atualmente não sai do mar de lama. Hum… PT que vergonha!
Às vezes, quando estamos assistindo aos telejornais, até parece que estamos dormindo e tendo pesadelos. Que vergonha de certos políticos, partidos e bajuladores! Infelizmente a corrupção venceu a esperança! Renato Russo escreveu: “Nas favelas, no senado / Sujeira pra todo lado / Ninguém respeita a Constituição / Mas todos acreditam no futuro da nação […]”. Hoje, em meio ao clima que vivemos no Brasil, estou certo de que a grande maioria não acredita no futuro da nação.
Mas isso nos serve como lição e, a partir de agora, que tal pensarmos em uma reforma política que parta para o voto facultativo? Por que nós que estamos desanimados e decepcionados somos obrigados a sair de nossas casas e ir até uma zona eleitoral votar em alguém? Lembrando: somos obrigados. Outra agravante é não ter em quem votar, ou mesmo acabar votando no “menos pior”. Que absurdo não ter em quem votar!
Muitas vezes penso que o cidadão mais preparado intelectualmente deve priorizar a luta pelo fim do voto obrigatório no Brasil. Precisamos de votos conscientes e, sobretudo, de votos livres. Só devem ir votar aqueles que se sentirem preparados, ou suficiente e devidamente informados para passar a “procuração” para alguém que irá representa-los, seja no âmbito municipal, seja no estadual ou federal.
Entendo que o voto facultativo é mais democrático, pois somente quem realmente estiver interessado irá dedicar parte de seu tempo para analisar as plataformas políticas, os planos de governo e, claro, para ir até uma seção eleitoral depositar o seu crédito a alguém.
O voto obrigatório dá margem para a corrupção, encarece o processo eleitoral e as campanhas políticas. Um dos reflexos do voto obrigatório é que o Brasil é um dos campeões mundiais de votos brancos e nulos. Quando o voto era manual, o brasileiro votava para bichos esdrúxulos, como o Macaco Tião e o Cacareco, que já fazem parte do folclore político brasileiro. A sorte dos políticos é que hoje há urna eletrônica e ninguém pode escrever o que pensa ou o que quer nas cédulas, como se fazia antigamente; do contrário, os políticos iriam ter a clara visão de como a população perdeu a fé, a esperança e, mais que isso, o respeito por eles.