Quando se pensa na inserção do jovem no mercado de trabalho, o estágio é a primeira porta que se abre. Nele, o estudante terá tempo hábil para se capacitar, conhecer a fundo a profissão, adquirir habilidades práticas e reproduzir, durante o treinamento, os conhecimentos teóricos adquiridos nos bancos escolares. Para as empresas, o estágio é a forma mais racional para a formação de mão de obra qualificada, já que novos talentos podem ser lapidados dentro da cultura organizacional estabelecida, eliminando a possibilidade de vícios na aprendizagem.
Esse é um momento ímpar para falar da importância do estágio já que nos meses de junho, julho e agosto ocorre o período da sazonalidade, época do ano em que surgem muitas oportunidades de estágio devido ao final do semestre. Para se ter uma idéia, só no Estado de São Paulo, deve ser abertas 10.550 vagas a mais para todos os tipos de cursos, englobando ensino médio, técnico, tecnológico e da graduação. Para a capital, são estimadas 4,2 mil vagas e em todo o Brasil, 22 mil oportunidades de capacitação prática.
A oferta multiplica-se neste período porque muitos contratos de estágio terminam, em virtude da grande quantidade de alunos que se formam no meio do ano. Com isso, as organizações buscam no mercado novos estudantes para preencher essas vagas, dando continuidade ao processo de formação de talentos.
Historicamente, o curso de administração de empresas é o que oferece mais oportunidades, seguido de graduações clássicas como direito, ciências contábeis, engenharia e pedagogia. A oferta também é grande para os estudantes do ensino médio, que têm no estágio a chance de terem a primeira experiência prática no mundo do trabalho.
É importante notar que o estágio se configura hoje em uma ação social importante para integrar jovens, que, muitas vezes, pertencem a famílias carentes e necessitam da remuneração da bolsa-auxílio para dar continuidade aos estudos ou mesmo ajudar no orçamento familiar. É, portanto, uma fonte inesgotável de cidadania.
* Luiz Gonzaga Bertelli é presidente Executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.