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Opinião

Hiperatividade e empreendedorismo

A impulsividade decorrente da hiperatividade é característica própria da conduta de todo o empreendedor que se insere no contexto cultural do mundo contemporâneo para ter sucesso. Ser um empreendedor revela situações difíceis na convivência tais como sentimentos de ansiedade, de risco, desafios e conflitos emocionais.
Do ponto de vista psicológico, o hiperativo empreendedor é aquele que consegue superar as dificuldades que surgem ao longo do caminho, com equilíbrio, energia e entusiasmo, utilizando-se de defesas maníacas. Esse incansável batalhador percebe que só no dicionário, sucesso aparece antes de trabalho analítico.
Na impossibilidade de um tratamento adequado, transpor essa desordem no campo do mundo externo e psíquico condena estas pessoas a um desdobramento doloroso de ansiedade neurótica. O que tem como consequência a alienação no trabalho e em seus aspectos pessoais, caracterizados por contatos instáveis, superficiais e pouco participativos.
No entanto, a hiperatividade quando tratada faz desse homem um ser trabalhador, comprometido com seus afazeres, dinâmico e destemido. Busca na crise oportunidades que chegam a ultrapassar as limitações impostas pela cultura e a integrar suas experiências traumáticas descobrindo novos horizontes para uma participação social. O empreendedor administra bem sua empresa, para isso é preciso estar sempre mudando e agindo com determinação, com persistência e criatividade para inovar e triunfar profissionalmente. Na sua persistência ele nunca desiste de encontrar novas alternativas para superar os problemas que surgem.
              A hiperatividade leva o empreendedor a ter visão, identificar seus clientes e saber quais são as suas necessidades. Ele consegue ir além e direcionar o foco específico baseados na necessidade do cliente. “Milhões de pessoas viram a maçã cair, mas só Newton perguntou por que”.  Santo Agostinho já dizia: “Nada está em nosso poder como a própria vontade”. O hiperativo analisado sabe que sucesso são resultado de persistência, atividade e tempo. Tem consciência que existe diferença entre persistência e teimosia.
 “O homem pode tanto quanto sabe”. O hiperativo estabelece metas, a curto, médio e longo prazo. Guimarães Rosa diz que: “O real não está na saída e nem na chegada, está na travessia”. Por isso ele constrói planos de negócios. Planejar é projetar hoje aonde se quer chegar no futuro, discernindo o caminho a ser percorrido bem como os seus obstáculos. É o sonho consequente: “A velocidade só faz sentido quando você sabe aonde quer chegar”.

Paulo César Ribeiro Martins é doutor em Psicologia pela PUCCAMP e professor da AEMS/UEMS/FIPAR