É assustador, mas os casos de violência aumentam dentro das próprias famílias, nos lares de pessoas aparentemente inofensivas. Normalmente o estuprador é o pai, o tio ou um irmão, ou ainda um vizinho, que, pela proximidade com a vítima, consegue seduzir sem alarde crianças que ainda não estão com suas personalidades formadas.
A falta de maturidade impede a criança de perceber que está sendo abusada e a conseqüência é trágica, humilhante, vergonhosa, resultando em seqüelas psicológicas pelo resto da vida.
Autoridades, psicólogos e Conselho Tutelar, têm cumprido com suas funções e investigado os casos, quando as vitimas conseguem falar e são levadas para realizar exame de corpo de delito. Infelizmente, não são todos os casos que são denunciados, pois o constrangimento muitas vezes faz com que a criança e os pais omitam os acontecimentos, sobretudo quando os estupros acontecem na própria família.
É consenso que os atos de pedofilia praticados por imorais desestruturados e desprovidos de quaisquer sentimentos ou parâmetros de respeito, devem ser apurados, devem ser denunciados e combatidos pelas autoridades, mas principalmente, devem ser denunciados pelos cidadãos e cidadãs, para que as vitimas possam receber tratamento digno e para que os criminosos sejam punidos.
Um País só pode ser livre e soberano, se suas crianças são tratadas com dignidade e cidadania e o Brasil infelizmente, ainda padece do mal do descaso, da dissimulação que esconde os maus tratos sofridos pela maioria das crianças brasileiras. Muitas meninas descambam para a prostituição porque não encontram amparo entre os seus, vez que se os atos não são comprovados, fica a criança como detentora do mal da sedução e da vagabundagem.
Contraem doenças graves e se não conseguem ajuda, ficam à mercê do vandalismo imoral que as impede de sonhar com um futuro decente, vez que o presente lhes foi arrancado das mãos. Quando engravidam, deixam de lado os sonhos da infância para se perpetuarem como famigeradas da inconseqüência, enquanto seus algozes continuam a praticar crimes contra outras crianças.
Não é possível que crianças entre 10 e 12 anos sirvam à delinqüência imoral, para saciar a perversão de imbecis. Atos de pedofilia que ultrajam inocentes é crime que merece pena de prisão perpétua, o que infelizmente a justiça brasileira não consegue entender.
A sociedade precisa se repugnar e sentir náuseas, combater e denunciar esses acontecimentos, para fortalecer a luta contra os maus tratos que humilham e envergonham nossas crianças. Precisamos dar a elas, o direito à vida digna, educação, saúde, respeito, amor e um horizonte, que mantenha a esperança de que o presente possa ser fomentador de um futuro cidadão, promissor e verdadeiramente justo.
Cléber Júnior é de Campo Grande e escreve para o Midiamaxnews