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Ignorância financeira

Vivemos em um mundo dinâmico e globalizado. Todas as grandes decisões econômicas e financeiras que são e serão tomadas em qualquer lugar do planeta têm relação com nossas vidas.  

Assim, não podemos mais nos dar ao luxo de continuar peregrinando pela “ignorância financeira”, pois, de uma forma ou de outra, certamente pagaremos muito caro por essa ausência de conhecimento. Há um velho jargão que diz: “dinheiro não aceita desaforo”.
Os efeitos econômicos podem ir desde um básico aumento no preço dos combustíveis até uma crise da bolsa de valores, e esses reflexos podem afetar a vida de todos por ocasionar elevação na taxa de juros ou mudanças no câmbio. 


Em suma, o sistema financeiro tem que existir; ele é necessário, mas pode afetar-nos de forma positiva ou negativa. Por estarem vinculadas, direta ou indiretamente, ao mundo dos negócios, as pessoas comuns podem rapidamente sentir os efeitos de tais decisões.
No Brasil, a população vem-se endividando sem ter ideia do quanto de juros está pagando, pois, de uma forma geral, não tem conhecimento básico na área financeira.  Todos os dias somos “furtados” por taxas abusivas de juros. Tudo parece muito fácil e prático na hora de comprar, pois o consumidor é persuadido com várias facilidades e longos financiamentos – carnes com muitas folhas – com parcelas aparentemente bem pequenas. Uma cilada para atrair o consumidor e obter a efetivação da sua compra. Este é o exemplo referente ao comércio, porém, no âmbito das transações financeiras, não é diferente. A forma de agir é a mesma e utilizam-se técnicas para iludir o consumidor.
Considerados esses fatos, devemos ter um cuidado maior sobre qualquer bem ou serviço que pretendemos adquirir. Deve-se procurar evitar transações financeiras sem o devido conhecimento da capacidade de pagamento e da real necessidade dessa operação. Caso realmente seja necessário efetuar alguma transação financeira, é muito importante observar o prazo para pagamento, procurar por melhores taxas de juros praticadas no mercado e avaliar a própria capacidade de pagamento. Com esses cuidados, a probabilidade de se envolver em uma “enrascada” acaba sendo bem menor.
Há uma frase bem conhecida e que se encaixa nos nossos dias: “Não há almoço grátis; sempre alguém paga a conta.” Proteger-se dos especuladores e, sobretudo, buscar melhores condições de crédito são direito e dever de qualquer cidadão consumidor, ou então, continuaremos  à mercê de instituições financeiras que usam e abusam da nossa “ignorância financeira” para cada vez mais se tornarem lucrativas.

*Giovani Alessandro de Mello: Acadêmico do curso de Administração da UFMS – Câmpus de Três Lagoas. E-mail: [email protected] e Renata Gama e Guimaro Moura: Administradora e Professora Mestre da UFMS – Câmpus de Três Lagoas. E-mail: [email protected]