O conceito que temos – creio que para todos nós – dos professores, geralmente, é que são idôneos. Mas, lendo um artigo, conheci um relato que me deixou estarrecida. Num colégio, um professor fumava no mínimo 4 cigarros de maconha por dia. E mais, “seu amigo”, ia fazer “visitas” esporádicas na escola. E mais ainda, o professor convidava vários alunos a fumarem a droga. Isso foi durante muito tempo, porque os alunos tomaram gosto pelo vício, enveredando-se pelo caminho errado.
Opinião
?José Mujica?, Onde Está Você?
Era um professor. Era uma escola. Não era cena de filme, era realidade. Uma situação que vai ser rotineira no nosso vizinho Uruguai, a partir da legalização da maconha.
Aprovado pela Câmara dos Deputados e está prestes a ser votado pelo Senado do Uruguai o projeto de lei que regulamenta a venda de maconha no país. Está a um passo a legalização e isso é muito grave. É o primeiro país da América do Sul a liberar, pois acredita que dessa forma vai conter os traficantes, os criminosos. – Não, Sr. Presidente José Mujica, não é dessa maneira, que o senhor vai conter os traficantes.- No Brasil, a maconha continua a ser a droga mais usada, e nem por isso há desespero. Há sim combate, incansável, ininterrupto.
A “maconha é a porta de entrada das outras drogas”, e por este motivo, e outro, deve ser combatida. Com o intuito de combater a Cannabis sativa, o jornal britânico ‘The Guardian’ publicou em seu blog, os dados do Escritório de drogas e crimes da ONU, os quais foram transformados em infográficos. Há dados específicos de cada país, além da divisão global. É muitíssimo interessante o trabalho feito pela ONU, pois mostra, em minúcias, como a maconha é apreendida. Resumidamente, o infográfico, em apenas um relatório, afirma que, no Brasil, o número de apreensões cresceu. Brasil, Colômbia e Paraguai (dados de 2010 e 2011) apreenderam quantidades significativas de maconha. Isso mostra que, a porta de saída da maconha continua a mesma. Os países da América Latina deveriam se unir para combaterem a maconha, unir para acharem soluções bilaterais, e não unilateral, como é o caso do Uruguai.
O presidente uruguaio, disse que está disposto a voltar atrás se o consumo de maconha crescer de forma desordenada no país, após a legalização de sua produção. O Brasil, por enquanto, parece distante desse rumo.
−José Mujica, onde está você?
*Cilene Queiroz, escritora, bióloga, MSc Sistemas de Produção em Agronomia