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Limpeza , calmaria em dia de eleições e expectivas

Equipe de reportagem do JP percorreu a maioria dos pontos de votação

Enquanto que muitas cidades foram tomadas por propagandas de candidatos, como santinhos, panfletos e colinhas já prontas espalhadas pelas ruas, em Três Lagoas as eleições de ontem foram marcadas pela limpeza.

A equipe de reportagem do Jornal do Povo percorreu a maioria dos pontos de votação da cidade e pôde constatar a tranquilidade com que o processo de votação transcorreu. Em nenhum local foi constatadosantinhos ou outros tipos de material de divulgaçãojogados intencionalmente nas ruas e calçadas próximas aos locais de votação.Essa constatação evidencia que partidos políticos e candidatos observaram ao pé da letra a lei, que prevê pesadas multas e até mesmo cassação de candidatura.

Essa postura, contrária às eleições municipais de 2012, por exemplo, mostra respeito com o eleitor, que muda de postura e fica mais observador e crítico para exercer o voto. A cidade estará limpa, hoje, quanto retoma suas atividades habituais.

O eleitor teve tempo para decidir, embora a campanha eleitoral deste ano tenha sido na prática bem curta, porque transcorreu em quarenta e cinco dias. Não faz sentido, aliás,nem nunca fez em um país que luta para chegar a níveis elevados de desenvolvimento seja econômico como cultural e educacional. O processo eleitoral do Brasil, pode – se dizer é o mais avançado entre as nações democráticas. Considerado eficazes e seguras, as urnas eletrônicas evidenciam o amadurecimento eleitoral do país, que ao passar utilizá-las deu um basta na contagem manual de votos, os quais podiam até ser manipulados através da alteração de mapas que totalizavam votos.

A tranquilidade do pleito também pode ser constatada em relação a prática de crimes eleitorais. Nenhum foi registrado. Não houve sequer em Três Lagoas a prisão de cabos eleitorais distribuindo santinhos ou tentando comprar voto de eleitor.  No período da manhã apenas dois casos mobilizaram a polícia. Um que não foi configurado crime eleitoral, quando um eleitor surrupiouo telefone celular da mesária, e o outro que pode ser considerado um erro dos mesários. Mas, nada, em princípio que caracterizasse má fé ou intenção deliberada em pretender que eleitor votasse duas vezes.  

Outro aspecto que chama a atenção: não houve a formação de grandes  filas e no período da tarde a calmaria tomou conta  na maioria das seções eleitorais. Exceto a movimentação daqueles que compareceram às seções eleitorais parajustificar ausência de seus domicílios eleitorais, evidenciando que a cidade recebeu muitos novos moradores que não fizeram a tempo a transferência de seus títulos eleitorais ou que aqui se encontram a trabalho por um determinado período e não puderam por um motivo ou outro retornar aos seus domicílios eleitorais.   Exercer o voto, embora que este ainda seja obrigatório, é um ato de civismo e oportunidade ímpar para se determinar quais os rumos que se pretende dar aos governos que serão eleitos e quais caminhos que queremos que nossos representantes nas casas legislativas percorram. Votar nulo éconsiderado um ato de protesto, entretanto, é certo que não é suficiente para mudar condutas sobre questões fundamentais que pretendemos que sejam observadas.

O Brasil clama por mudanças. Esse fato ficou nítido nos protestos do ano passado, quando milhares de pessoas foram às ruas, não para pedir a saída da presidente, mas para pedir mais atenção a setores importantes que envolvem a vida cotidiana das pessoas, tais como melhoriapara a educação, saúde e segurança pública, habitação, entre antas outras questões, além das consideradas fundamentais para o exercício da atividade política – honestidade, ética, respeito ao erário público, fim da corrupção, práticas básicas para o exercício digno da representação popular. Não houve e nem há plano para tomar o poder, mas há um clamor generalizado no país pedindo para haja mudança na forma de se fazer política. Essa precisa ser mudada, aliás, é preciso que no país seja feita uma reforma eleitoral e política definitiva e identificada com as aspirações de todos os extratos sociais.

Não só o Jornal do Povo, mas a gente sul mato-grossense e a brasileira em geral,espera que estes sinais, tão debatidos durante o período de campanha, que renderam a tantas promessas, não sejam esquecidos pelos candidatos eleitos através da força popular do voto. Aqueles que venceram  – ou foram para o segundo turno – têm por obrigação repensar ideais e trabalhar por uma nova política, independentemente de quantos mandatos esse eleito poderá conquistar.