*Alana Regina Sousa de Menezes, Mayara Maziero Matos
O futuro tão questionado, duvidado, chamado de teoria da conspiração, de artimanha, esse futuro que era tão distante, já vem batendo à nossa porta. Entrou sem pedir licença no estado mais populoso do Brasil pra mostrar que antes da lei dos homens, existe a lei da natureza. Relembrou que a vaidade humana pode ficar sem banho, sem casa limpa, sem comida, sem água. O futuro que começa a nos assombrar teve mais uma vez o aviso da ciência: o recente relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) deixou clara a culpa que temos nos desequilíbrios ambientais já constatados. E, se não medirmos nossas ações, isso pode piorar. O recado é direto e tem destinatário certo: o homem, chamado você.
Na perspectiva de uma mensagem com destinatário tão determinado, podemos pensar nas possibilidades que temos de salvar a nós mesmos. Sociedade, núcleo familiar, mídia, literatura, cinema, todos esses meios podem (em plena era das informações em tempo realíssimo) colaborar para um maior exercício da cidadania em se tratando de meio ambiente. Mas existe um meio que, com certeza, pode se afirmar como essencial: o ambiente escolar.
Quando o tema é meio ambiente, pode-se recorrer às palavras de Auguste Comte: “toda educação humana deve preparar cada um a viver para os outros”. Diante de toda a problemática ambiental (motivo latente de preocupação mundial desde a Revolução Industrial) da era do capitalismo ferino, diante das mudanças climáticas crescentes e da necessidade do tão falado desenvolvimento sustentável, a escola deve, indubitavelmente, preparar cada indivíduo para viver em prol da coletividade.
Isso só será possível quando os pequenos estudantes puderem ter uma disciplina básica de meio ambiente, em que entendam por que a Mata Atlântica foi desmatada, quanto tempo um chiclete demora para se decompor na natureza, pra onde o lixo vai, como se trata a água, qual importância das matas ciliares, como os animais são afetados com diferentes climas. Com a educação ambiental presente desde o início na escola, os olhos ainda despidos de antropocentrismo podem ver além dos interesses imediatos do homem, podem construir uma visão sustentável, visão animal, vegetal, uma visão de fato humana. Uma visão que faça com que o desenvolvimento econômico caminhe junto com a lei da natureza. Caso contrário, essa lei nos lembrará de que não depende de nossa vontade e que, acima de tudo, ela tem seus próprios decretos.