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Meio ambiente e cidadania: Qual é o meu dever?

Os desmatamentos para a implantação de lavouras e pastagens, contaminação das águas por uso indiscriminado de agrotóxicos e lançamentos indevidos de esgotos no leito de um curso d´água têm ocasionado grandes estragos no meio ambiente. Em específico, grande parte do Bioma já foi destruído, e para tentar reverter esse processo acelerado de devastação é preciso preservar, e mais, garantir o reflorestamento como forma de recuperação ambiental. Convém ponderar, obviamente, que não está sendo condenado aqui o uso racional do solo, como a plantação de florestas de eucalipto, mas as atividades que degradam o meio ambiente e geram perdas na biodiversidade. A destruição de matas ciliares e reservas, para dar lugar à pecuária e às plantações, como a soja e a cana-de-açúcar ocorre excessivamente nos dias atuais. É bem verdade que a expansão dessas atividades traz graves prejuízos, pois a erosão que se forma gera o entupimento nas proximidades das nascentes, o assoreamento dos rios, e, por conseguinte o desaparecimento dos leitos. Inadequado seria esquecer, também, que muitas pessoas não se preocupam com a proteção de lugares que não fazem parte do seu dia-a-dia, mas as conseqüências desse desinteresse já estão dentro da casa daqueles que se dizem cidadãos. Aliás, nem mesmo sabem que direito é tudo aquilo que oferece privilégios a uma sociedade, e dever é tudo que é obrigado a fazer de acordo com a moral, os costumes e a legislação, que juntos legitimam a cidadania. O cidadão é o que mais provoca devastação no meio em que vive, e ele mesmo sofre as conseqüências por essa atitude extremamente danosa, à exemplo do lixo doméstico. A nosso pensar o meio ambiente pede socorro, e esse fato é preocupante, porque o tempo passa, o meio ambiente sofre e o cidadão não se conscientiza do imensurável valor que ele tem. Chegou a hora de realizarmos algo para salvar o nosso maior patrimônio que é o meio ambiente, desde a gestão dos riscos à consciência plena dos resultados da ação. Desde logo, não se pode perder de vista que o resgate e os exercícios de cidadania devem ser práticas naturais do cidadão, haja vista que sua participação é reflexo da capacidade de interação com o meio ao qual pertence. A conscientização é a maneira mais eficaz no combate as práticas que prejudicam o meio ambiente. Portanto, para que todos vivam bem é necessário que cuidemos do meio ambiente, seja do simples ato de não lançar um papel de chiclete no chão, ao não cortar pelas raízes um belo arvoredo. Em virtude dessas considerações, faz-se um apelo, para que a intervenção humana possa surgir no intuito de preservar, melhorar e recuperar o nosso meio ambiente, tornando-o ecologicamente equilibrado, sem, porém tornar o cidadão escravo de suas próprias limitações, que na maioria das vezes são descabidas e demagógicas. O diferencial é a decisão de sair das sombras da acomodação. O determinante e fundamental é despojar-se da armadura que torna invencível a frieza e a insensibilidade de muitas pessoas. O meio ambiente pede socorro! É tempo de ajudá-lo, e há muito a fazer. 

*Hebert Mendes de Araújo Schütz é advogado e professor de direito agrário na UFMS – Campus Três Lagoas