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Motivação: como transformar um profissional

 Existe uma pergunta recorrente e que sempre surge como esperança: existe uma fórmula mágica para motivar o outro? Aí vem a notícia que nem sempre agrada os ouvintes: não podemos motivar ninguém! Como assim? Não posso motivar meu colaborador? E os programas de incentivo que acabamos de implantar? E os benefícios tão completos que alteramos no mês passado? Sem falar dos programas de bolsa de estudos e de idiomas. Então, nada disso funciona?

 Um dos maiores desafios das organizações é manter os colaboradores motivados e engajados na busca de resultados cada vez mais ousados e complexos. Mas, como definir motivação? Ao pé da letra, trata-se do impulso interno da ação, ter um motivo para a ação, ou seja, algo que vem de dentro para fora e se manifesta de maneira totalmente individual para cada um, dependendo de sua percepção do ambiente, das pessoas, dos seus objetivos e expectativas.

Recentemente, a consultoria Towers Watson realizou o Estudo Global sobre Força de Trabalho, cujo resultado mostra que apenas 28% dos profissionais brasileiros estão altamente engajados no trabalho. Entre os demais, 30% estão desengajados, 26% se sentem sem suporte por parte das empresas e 16% estão desvinculados de suas companhias.

O conceito de engajamento nos remete à paixão, ao sentimento e a conexão que se tem com algo. Daí, podemos começar a imaginar a importância da motivação no processo de engajamento, visto que para engajar-se o indivíduo precisa querer e para querer, ele precisa sentir que aquilo será bom para ele e que, portanto, está alinhado com seus objetivos.

Por isso, motivar pessoas é tão complexo e desafiador, não bastando criar programas e soluções aparentemente perfeitas para todos, pois o processo de motivação é individual e será percebido de maneira totalmente diferente por cada um. Como dizia Nelson Rodrigues, “Toda unanimidade é burra” e, portanto, nunca será possível satisfazer a todos da mesma maneira.

É claro que numa organização, as soluções são pensadas para atender o grupo, mas é importante ter consciência de que sempre haverá uma parcela da população insatisfeita, devido principalmente aos motivos de cada um para se envolver em maior ou menor profundidade nas causas propostas.

Mesmo assim é comum vermos iniciativas saudáveis na tentativa de facilitar o processo motivacional das pessoas, que poderão se apoiar nos estímulos e encontrar dentro de si, o caminho para engajar-se de maneira construtiva, desde que alinhados com seus valores e expectativas.

Mas, não se iluda. As pessoas não buscam apenas ser bem remuneradas ou ter bons benefícios. O segredo do sucesso passa pelo equilíbrio entre rendimentos atrativos e adequação à realidade, ou seja, moldados de acordo com a necessidade de cada pessoa.

Será difícil atingir este equilíbrio? Para começar, adote uma política de recursos humanos eficiente visando principalmente atrair e reter talentos e tenha em mente que as pessoas são diferentes e que buscam sentirem-se únicas em cada processo.

Quer chamar a atenção de sua equipe de maneira positiva? Então, passe a observar cada pessoa e promova o reconhecimento de maneira customizada e alinhada aos objetivos individuais. Com certeza, isso trará benefícios coletivos e fará com que os resultados sofram transformações interessantes e duradouras. É claro que salário e benefícios contam e muito, mas outros itens aparecem à frente, entre eles, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, por exemplo.

Mãos a obra, cabeça para frente, olhos e ouvidos bem abertos são um bom começo para entender melhor as pessoas a sua volta e ajudá-las a se perceber melhor também. Sucesso à vista e satisfação garantida!

Elaine Lombardi é consultora da M&S, consultoria especializada em desenvolvimento humano.