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Opinião

Motocicletas e mortes no trânsito

Preocupante porque não dizer absurda, o número de mortes no trânsito de Três Lagoas provocado ao guidão das afamadas motocicletas. Preocupante porque vem tirando a vida de jovens proprietários de motocicletas, gente que mal conhece as dificuldades de se dirigir o perigoso veículo. Perigoso, não sei se é o termo, mas,  fácil de se machucar, de cair. Jô Soares, após duas quedas, disse que motocicleta foi feita para cair. Ledo engano dele. Motocicleta foi feita para girar sobre rodas, utilizando a famosa energia cinética e ficar em pé. Acontece que não se ajustou bem a motocicleta com o ser humano, o piloto da motocicleta, o condutor. Explico melhor isso. Em vias como as de nossa cidade, onde a buraqueira impera por todos os lados, onde a sujeira as margens das ruas e avenidas são coisas normais, e os demais efeitos, como a mistura de água, malte e lúpulo e uma geladeira que produzem a cerveja gelada acabam por gerar esses acidentes ignóbeis, onde motocicletas se chocam entre si, onde a velocidade é a onda do momento, onde acreditam que são os Valentinos Rossis da vida.(Valentino Rossi é decacampeão mundial de motociclismo). Então, acreditar que a avenida Olintho Mancini é Interlagos, que a motocicleta que pilota é a campeã do mundo, que o sinal de Pare é apenas uma brincadeira sem importância, que o lado direito e o esquerdo das vias são a mesma coisa, e achar que a epiderme suporta ser arrastada no asfalto das cidades, dão ao motociclista o triste desfecho que se vê todos os dias nos jornais. Respeitar o outro lado é bom, mas não é aquilo que pensam muitos motociclistas. Vivem desafiando os carros que por sua vez não estão nem aí com as motocicletas, estes últimos veículos naturalmente mais rápidos e ágeis. Alguém já viu como é o trânsito na Tailândia? Uma loucura só que  acontecem menos acidentes do que o de Três Lagoas, porque lá as pessoas se respeitam e tem medo do impacto, do tombo, da batida e principalmente da morte. É preciso repensar a forma que estamos pilotando nossas motos e respeitar a vida.

Antônio Carlos Garcia de Oliveira é Promotor de Justiça do Meio Ambiente e Urbanismo