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Noticia alvissareira

O Jornal do Povo transcreveu a noticia dada pelo Presidente da Câmara Municipal, Dr. Milan e ainda confirmada pelo Presidente do nosso Sindicato Rural, Dr. Domingos, duas fontes, fidedignas,
Aguardávamos ansiosamente essa alvissareira noticia sobre o asfaltamento da estrada Três Lagoas – Inocência.. Foi como um elixir que revigora as energias.  Deu-nos mais ânimo para a labuta cotidiana e mais esperanças para o futuro.
Inocência, nome conhecido mundialmente através do romance de Tounay, cuja estrada o próprio romancista já trafegava no lombo do seu cavalo.
Por essa estrada, há mais de séculos, as velhas famílias trafegavam com seus cavalos e carretas de bois. “O córrego conhecido como: O Carro Queimado” teve esse nome devido ter acontecido mesmo à queima de um carro de bois. O fazendeiro, Senhor Ernesto Garcia Leal, mandou levar a mudança do pai do Dr. Said Saiar, ambos falecidos, de Paranaíba para Três Lagoas.
O carreiro parou para pernoitar, ascendeu uma vela e foi dar águas aos bois. A vela tombou, o fogo expandiu com facilidade, pois, o toldo era feito de couro, geralmente fica ensebado com o tempo, qualquer chama é um estopim. O local ficou conhecido como o córrego do “ Carro Queimado”.
Eu modesto criador, e tantos outros, como Pompilio, Neife, há mais de  cinqüenta anos, portanto meio séculos trafegamos por essa estrada ate agora esquecida.
Essa estrada entrelaça as duas sociedades. Pelos meus conhecimentos, as famílias: Ferreira, Garcia, Latta, Queiroz, Corrêa, Barbosa, Freitas, Souza, Moreira, Gonçalves, Silva, Dias, Rodrigues, Eloi, Leal, Teodoro, Martins, Pereira, Batista, Falco, Lima, Castro, Azambuja, Viana e tantos outros troncos, fundadores dessa região, tanto moram em Inocência como em  Três Lagoas. Todos aguardavam uma noticia dessa natureza. Essa estrada poderia ser chamada de “Estrada dos Pioneiros”.
Senhor Governador, somente este entrelaçamento familiar já seria um motivo, entretanto ainda é uma importante via de escoamento de produtos agropecuários, agora fortalecido por um oceano de eucaliptos.
Durante a seca é uma poeira que não se vê nada na frente, no período da chuva é um atoleiro. Os pobres pecuaristas e os que transitam, sofrem muito. As viaturas que poderiam durar uns quatro anos, em menos tempo, já estão virando sucatas.
Estamos fazendo fé nessas promessas.
Cheguei a pensar em me candidatar a deputado, somente para subir nos palanques e abrir o verbo pelo asfaltamento dessa rodovia. Poderia não ser eleito, porém a minha voz ecoaria pelo Estado. Quem não chora não mama.
Continuo a lembrar a necessidade da demarcação do canal do Rio Paraná. A Usina está no nosso território, logicamente os impostos é do nosso Município e não de Castilho.

Irman Ferraz Corrêa é Membro da Academia Maçônica de Letras de MS