Repercutiu bastante o editorial da edição passada do Jornal do Povo sobre o alto número de acidentes de trânsito em Três Lagoas. Leitores apontaram possíveis causas para o problema, como falta de respeito às leis de trânsito e de cuidado de pedestres e de ciclistas nas ruas,
Atravessar a rua fora da faixa de pedestres e andar de bicicleta na contra-mão são dois maus hábitos encontrados com facilidade nas ruas e avenidas da cidade ou em qualquer outra localidade do país. Pessoas atravessam ruas e avenidas em qualquer ponto onde estejam e não dão a mínima atenção às faixas. Ciclistas fazem das calçadas pistas de corrida e desafiam motoristas quando decidem usar as ruas.
Muitos reclamam de uma suposta pequena quantidade de ciclofaixas, mas a comparação com outras cidades, também nesse caso, se torna indispensável. Três Lagoas possui muito mais espaços dedicados a cidades do que Araçatuba, por exemplo. Mesmo assim, muitos ainda preferem as calçadas!
É por conta de desrespeitos assim que muitos acidentes entram para as estatísticas, que passaram de 250 só nos dois primeiros meses do ano. E, diante desse número, pode-se concluir que a quantidade de vítimas é ainda pequeno.
O mais importante, contudo, é a busca de solução, de alternativas que possam combater não apenas os números, mas contribuir com a geração de futuros motoristas mais responsáveis e conscientes de seu papel no uso das vias públicas.
Há muitas sugestões para isso. A inclusão de noções de comportamento no trânsito entre as disciplinas escolares é, possivelmente, a mais sensata. Também há defesa pelo endurecimento das leis, com punições mais severas. As duas propostas, contudo, perdem a força quando se apura que, aqui mesmo em Três Lagoas, professores ensinam regras de trânsito e que diversas leis tiveram valores de multa e formas de punição ampliadas nos últimos anos. Assim, conclui-se que o problema, mesmo, é a falta de respeito com o próximo e até de comprometimento com a vida.