Neste sábado celebra-se o dia da indústria, que tem por finalidade transformar e fabricar em larga escala insumos e produtos destinados para as mais diversas finalidades de processamento e consumo. Aqui em Três Lagoas as perspectivas de industrialização se consolidaram por conta da produção abundante de energia elétrica, além da infraestrutura que oferecemos, assim como a posição geográfica privilegiadíssima que nos assegura proximidade com os grandes centros consumidores para o escoamento da produção e portos que demandam aos países da Europa e da Ásia.
Se houve uma antevisão prevendo o futuro radioso do município para a sua industrialização em consequência da força motriz gerada pelas quedas das águas dos saltos de Itapura e Urubupungá , transformadas em energia elétrica, também, nessa esteira do pensamento, era imperativo a instalação de um Distrito Industrial para abrigar a chegada eminente dessas indústrias de transformação. E, por conta da necessidade de se aglomerar indústrias em uma região da cidade, o prefeito Hélio Congro articulou com o ex-presidente da Cesp, professor Lucas Nogueira Garcez, para que a antiga Vila Piloto fosse doada à Três Lagoas para ali se erguer um distrito industrial.
Negociações em curso na época concluíram que, as Centrais Elétricas de São Paulo, em vez de doarem a área poderiam vendê-la por um valor simbólico. E, dessa forma, foi viabilizado o primeiro Distrito Industrial de Três Lagoas, que pode se valer de toda a infraestrutura da antiga Vila Piloto, que no seu tempo abrigou um centro comercial e residencial com escolas, hospital, clubes e tudo mais que se fazia necessário para atender aos trabalhadores da construção da usina hidrelétrica de Jupiá nos anos sessenta, os quais carinhosamente eram chamados de “barrageiros”.
Esse Distrito Industrial foi o grande marco que assinala o início da industrialização de Três Lagoas. Passados alguns anos, foi complementado com um segundo distrito industrial para abrigar a Mabel pela administração do prefeito Issam Fares. E, na esteira do tempo, outras indústrias ali foram se instalando e gerando emprego e renda, até a chegada da primeira indústria de celulose e papel – a International Paper, hoje sucedida pela Suzano na produção de celulose para depois ser edificada a Eldorado Brasil, que também produz celulose.
Não foram poucas as lutas dos nossos governantes e representantes legislativos para a atração e consolidação do parque industrial que aqui se ergue e que, dia após dia, se amplia. Há de se lembrar de que certa feita, o prefeito Issam Farez promoveu uma reunião na sede da Associação Comercial e Industrial da nossa cidade com fabricantes de calçados de Birigui para apresentar os atrativos e incentivos fiscais para aqui instalarem suas indústrias. Nessa reunião também estava presente o senhor Udélio Scodro, dono da Mabel de Ribeirão Preto.
Após ouvir o que tínhamos para oferecer aos empresários ali presentes, o senhor Scodro foi o único que se levantou e disse “a Mabel irá se instalar aqui em Três Lagoas”. E se instalou dando início a construção da primeira fábrica no Distrito Industrial II de Três Lagoas. Após esse fato, na gestão da prefeita Márcia Moura, um terceiro distrito industrial foi instalado para abrigar a fábrica de fertilizantes – a UFN-3 da Petrobras e mais 15 processadoras de fertilizantes no seu entorno. Hoje ultrapassamos em mais de cinquenta as unidades industriais, as quais asseguram o nosso desenvolvimento econômico e industrial, assim como a chegada de milhares de outros brasileiros vindos de outros rincões desse imenso país para se somar rem à força de trabalho que faz a grandeza da cidade.
Mas, se voltarmos no tempo, toda essa história de produção em série aqui em Três Lagoas remonta para um passado um pouco mais distante, quando três espanhóis – Martinez, Colinos e Morilla, ergueram suas cerâmicas para fazer telhas e tijolos juntamente com os oleiros das lagoas liderados por Crispim Coimbra.