Reunir mais de 1.500 moradores e 43 líderes comunitários de 44 bairros de Campo Grande com a Diretoria do Sistema Fiems, para lançar a programação deste ano do Ação Fiems, é evidência de que a descentralização do Senai e Sesi, em um modelo inovador e desafiador, tem dado muito certo na nossa cidade. Mais do que oferecer novas oportunidades de vida para milhares de pessoas, estamos integrando Sesi e Senai em uma ação intensa e permanente.
O Ação Fiems é capaz de transformar porque, na sua base estão dois fortes aliados: os lideres comunitários e o Sistema Fiems. De um lado, as lideranças mobilizam, divulgam e acompanham todo o trabalho desenvolvido na sua respectiva região. E de outro, as equipes de Sesi e Senai articulam a programação, montam as grades e formatam as turmas. Estamos enfrentado com obstinação o desafio de amenizar um dos grandes gargalos da produtividade e competitividade, que é a qualificação profissional.
Descentralizar nossas ações e encontrar respaldo junto às pessoas que mais necessitam do nosso apoio é algo que faz muita diferença. Nossa integração com as comunidades tornou-se um compromisso do qual não podemos mais nos afastar. O envolvimento destas comunidades é tão amplo que, na maioria das vezes, os cursos são realizados nas próprias sedes das respectivas Associações de Moradores.
Essencialmente, estamos tratando de qualificar mão de obra para atender a crescente demanda da indústria onde as pessoas moram, nos seus bairros. Iniciamos este Programa em março do ano passado, em uma pequena reunião com 20 pessoas numa igreja do bairro Dom Antônio Barbosa. Ali plantamos uma semente que, lançada em solo fértil, é capaz de produzir cidadania, qualidade de vida, dignidade e renovar as esperanças de quem tanto sonha em trabalhar para prosperar. E isso tem acontecido.
Não é um programa assistencialista. Ao contrário, exige o esforço para freqüentar os cursos, muitas vezes no período noturno, e a dedicação para conquistar uma vaga no mercado de trabalho. É bem verdade que temos contribuído também nesta fase, levando até as indústrias os formandos que se interessam nas vagas oferecidas por determinadas indústrias.
Desde aquele primeiro encontro, muitas reuniões já aconteceram. Abrimos muitas outras frentes, conhecemos novas realidades e entendemos que nossa ação é fundamental para que estas pessoas possam melhorar de vida com trabalho. Gente de todas as idades que demonstra gratidão no olhar, no gesto amigo, no sorriso de felicidade plena.
Por isso, este ano resolvemos reforçar este Programa. Para começar, ampliamos o número de regiões atendidas de 18 para 22, bem como a quantidade de cursos de 8 para 20. Também aumentamos o número de vagas oferecidas de 1,7 mil para 4,5 mil, sendo 3.310 no Senai e 1.200 no Sesi. São cursos de informática básica e avançada, costura industrial, modelagem industrial, eletricista, aplicador de revestimento cerâmico, armador, carpinteiro, encanador, mestre de obras, pedreiro, pintor de obras, eletricista de automóveis, mecânica de manutenção de motocicletas, mecânica de motores de automóveis, padeiro, entre tantos outros.
Este é um caminho que se mostra cada vez mais apropriado para aliar as necessidades das indústrias com a missão do Sistema, sem esquecer de manter as nossas estruturas físicas cada vez mais atuantes. Trata-se, de um novo modelo, de uma maneira diferente de fazer as coisas acontecerem para beneficiar o maior número possível de pessoas e de empresários.
Apoiar a indústria, cuidar das pessoas é mais, muito mais que uma intenção.
É nossa determinação em estabelecer um algo a mais para Mato Grosso do Sul e nossas cidades.
(*) Sérgio Longen é empresário do setor de alimentos e presidente da Fiems – Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul