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O que se pode fazer pelo Brasil

“Não espere o que o país pode fazer por você. Veja o que você pode fazer pelo país”. – John Fitzgerald Kennedy
Relendo o que disse Kennedy, como todo bom brasileiro, transporto essa ideia para o Brasil, e fico assustado ao ver no que estão transformando a população brasileira.
Desde que os ex-exilados políticos assumiram o poder no país, e com muito maior intensidade no atual governo, a população brasileira está se transformando numa sociedade totalmente dependente do estado.
São, hoje, totalmente dependentes de todo tipo de “bolsas” e “vales”. Uma população que não saberá mais sobreviver sem esse tipo de doação do estado. Até os prisioneiros, bandidos condenados, recebem um “auxílio reclusão”, que é maior que o salário mínimo.
É toda uma geração perdida no país. E também a próxima, pois o filho que nasce em um lar onde os pais nada fazem e ganham tudo, aprende que não é necessário trabalhar, pois o governo é o provedor.
Até os chamados “sem terra”, que ganham lotes na área rural, continuam dependentes mesmo após assentados. Até hoje, desde quando iniciado esse processo de reforma agrária, nos tempos de Getúlio Vargas, somente 5%, isso mesmo, cinco por cento dos assentados conseguiram ser emancipados. Os restantes, 95%, alegam que não conseguem pagar sequer a terra, o que a torna “dada”. O que dizer então das moradias para eles construídas nos lotes, ou os financiamentos para plantio, mesmo com juros de 1,2% ao ano, inimagináveis para qualquer outro cidadão brasileiro?
E continuam invadindo mais terras, pleiteando mais lotes, pois entendem que, como desempregados urbanos, podem se declarar “sem terra” e ganhar um lote, uma casa, financiamento para o plantio, e as já famosas bolsas e vales, até que consigam se tornar autossuficientes, o que, pelos números acima, publicados pela imprensa, jamais ocorrerá.
Aqueles que se dizem defensores dos direitos humanos incentivam a massa, aumentando as exigências, como a da implantação de água encanada e esgoto nos lotes dos assentados, que possuem distâncias enormes entre um e outro, quando se sabe que no país menos de 30% da população urbana possui essa estrutura.
E toda essa massa humana, tanto urbana quanto rural, claro, não pretende perder esses benefícios, motivo pelo qual continuará votando nesse tipo de governo ou em qualquer “poste” que os atuais governantes indicarem. E, assim, torna-se cada vez mais dependente e permite a perpetuação no poder desse tipo de gente, que rouba e saqueia o país nos mensalões e em todo tipo de roubo que se torna público ou nem sequer chega ao nosso conhecimento.
Essa dependência e o medo de perder essas benesses, penso eu, são os motivos pelos quais, mesmo se tornando públicos os desmandos que hoje ocorrem no país, a popularidade do “chefe” não cai.
Com pesar me pergunto sobre o futuro de um país como esse, onde nasci, criei meus filhos e agora netos. Que tipo de compatriotas teremos que, ao invés de perguntar, como disse Kennedy, o que eles podem fazer pelo país, certamente perguntarão, cada vez mais, o que o país pode fazer por eles. E, claro, pleitearão cada vez mais do estado e trabalharão cada vez menos.
Certamente bom futuro não teremos, como já vimos ocorrer em todos os outros países administrados pelos “companheiros” que implantaram esse tipo de política, como Cuba, Nicarágua, El Salvador, Venezuela e Bolívia.

João Bosco Leal é articulista e produtor rural