Impossível deixar de comparar o jogador Ronaldo ao vice presidente José Alencar. O “Fenômeno” fez sucesso em todo mundo como atleta, dando-nos alegria com seu futebol encantador.
Com seu retorno ao país, foi possível conhecê-lo de perto, inclusive fora dos gramados. Evidente que a condição de astro, torna-o figura exposta na mídia mundial. Foi assim na sua luta pela volta aos gramados, no primeiro gol pelo “Timão” e nas suas aventuras pela noite, inclusive naquele episódio dos travestis num motel.
É impressionante como esse rapaz tem imensa facilidade em lidar de frente com essas situações adversas. Tem a sabedoria e humildade para ponderar, sem ofender, e até admitir erros comportamentais em sua vida privada.
Agora, esse jogador mais uma vez encanta a opinião pública com uma postura sensata e digna. Tão logo saiu o resultado do exame (solicitado por ele) de DNA de um garoto, manifestou de forma natural e feliz na imprensa sua disposição de assumir (mais uma) a paternidade e acolhê-lo na sua convivência. E o mais louvável: lamentou a perda de cinco anos de “curtição” do filho.
Na outra ponta, o outro personagem, que fez tanto sucesso como empresário, que acabou sendo guindado à vida pública e chegou a vice presidência da República. Sua vida, aliás, sempre foi usada como referência de dignidade pelo presidente Lula. Lutando contra um câncer já algum tempo, Zé Alencar atraiu o sentimento de solidariedade da nação brasileira. Certa feita chegou a dizer que “não tinha medo da morte, mas sim da desonra”.
Mas agora, aos 79 anos, Zé Alencar se recusa a reconhecer uma filha havida fora do casamento, apesar da sentença judicial desfavorável. O pior: se negou a fazer o teste de DNA e alegou que a mãe da filha seria prostituta. Dois erros letais: quem não deve, não teme; e as prostitutas também podem gerar filhos. Alguma dúvida?
Os brasileiros que estão criticando-o por essa atitude indigna, também rezam pela sua recuperação. Pelo jeito, mesmo lutando contra a morte, Zé Alencar deve ter mudado seus conceitos sobre desonra. Enquanto Ronaldo faz mais “um gol de placa”, Zé Alencar faz esse gol contra no “final da partida”. É pena, manchou sua biografia e decepcionou todos nós. Um péssimo exemplo à Nação!
Manoel Afonso escreve coluna Ampla Visão para o Jornal do Povo