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Opinião

O velho jatobá: sua perenização

 Há cerca de trinta anos acompanhei pela TV uma reportagem mostrando o transplante bem sucedido de uma jabuticabeira.

O “velho jatobá”, como carinhosamente chamamos a centenária árvore que integra o patrimônio histórico de Três Lagoas, resiste à passagem dos anos, sobrepuja as intempéries e permanece no canteiro central da av. Filinto Müller. Mas a velha árvore definha e mesmo recebendo todos os cuidados cederá à ação dos próprios anos vividos; as folhas fenecerão, os galhos secarão totalmente.

O que fazer para que o reverenciado pé de jatobá permaneça, de alguma maneira, entre nós e junto às gerações vindouras, testemunhando o nosso progresso?

Ocorrendo o seu fim, e mesmo não estando a árvore sadia, os recursos técnicos disponíveis permitiriam que fosse conservado o seu toco? Sendo ou não possível mas para se “ter como que a perenidade” do “velho jatobá” com a sua renovação contínua, não poderia ser plantada uma muda da mesma espécie, ou transplantada uma outra ainda jovem, esta podendo, talvez, ser encontrada nas imediações e provavelmente nascida de uma das suas sementes, portanto sua “filha”? Não sendo possível a conservação do toco, o plantio da muda ou o transplante se daria no exato local onde nasceu e se ergueu o “velho jatobá”, se for viável a conservação, o plantio ou o transplante se daria próximo ao que restou da centenária árvore. Em qualquer hipótese, haveria no local uma placa ou algo mais elaborado historiando os fatos.

Plantada ou transplantada, a muda ou a jovem árvore, com os cuidados que receberia e tendo ao lado, se for o caso, o que subsistiu do “velho jatobá”, se transformaria num grande e belo exemplar da espécie e seria contemplado por um povo que por certo quer a preservação da sua história e dos elementos que o identifica com a sua cidade. Para que isto aconteça a população precisa se manifestar de maneira terminante a fim de se evitar a descaracterização e mesmo a destruição das suas referências.