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Opinião

Olhar para o futuro

Nos 51 anos de trajetória do CIEE, já foram encaminhados para o mercado de trabalho mais de 15 milhões de estudantes

LUIZ GONZAGA BERTELLI *

 

Em muitas cidades, em 18 de agosto é comemorado o Dia do Estagiário. A origem vem do decreto 87.947/1982, assinado pelo então presidente da República, João Figueiredo, que estabelecia novas normas para o estágio curricular, acrescentando o dispositivo à lei 6.494/1977, que dispunha sobre o estágio de estudantes em estabelecimentos de ensino superior e ensino médio. O decreto foi justamente assinado em 18 de agosto. Atualmente em vigor, a Lei do Estágio (número 11.788) modernizou-se, na versão aprovada em 2008.

Nos 51 anos de trajetória do CIEE, já foram encaminhados para o mercado de trabalho mais de 15 milhões de estudantes, formando gerações e gerações de profissionais, muitos do quais lideram hoje empresas, entidades filantrópicas e órgãos públicos. São muitos os exemplos que de pessoas que venceram em sua profissão depois de ter um início de aprendizado no treinamento prático, por meio do estágio.

Para citar alguns, o ex-presidente da Nestlé, Ivan Zurita, iniciou profissionalmente após um estágio administrado pelo CIEE, na própria empresa. O prefeito de Osasco, Jorge Lapas, deu seus primeiros passos no mundo do trabalho em um estágio do banco Bradesco.  O ex-presidente da Serasa Experian, Ricardo Loureiro, também estagiou pelo CIEE, na empresa Credicard. Atual presidente da Avaya, Carlos Bertholdi foi encaminhado pelo CIEE à Siemens, onde deu início à sua trajetória de sucesso.

O estágio é a porta de entrada para a inserção profissional. É na capacitação prática que o estudante pode aplicar os conceitos absorvidos na sala de aula, muitas vezes trazendo novas ideias às empresas e oxigenando o ambiente, com sua força de vontade e motivação. Para as empresas, uma oportunidade ímpar para a formação de mão de obra qualificada, tão escassa no mercado, com poucos investimentos e retorno garantido.

Até mesmo nos órgãos públicos, os estagiários fazem a diferença, como no caso de Daniel Lovato, da prefeitura de Campinas. Ele entrou na administração pública como estagiário. Gostou tanto da experiência que, antes mesmo de completar a formação universitária, prestou concurso de nível técnico e, com 22 anos, já atua como servidor municipal concursado. Investir em estágio é investir no futuro do Brasil.

 

 * É presidente do Conselho de Administração do CIEE, presidente do Conselho Diretor do CIEE Nacional e presidente da Academia Paulista de História.