* Jacir J. Venturi foi professor do Colégio Estadual do Paraná, EJA, Pré-Vestibulares, PUCPR e UFPR. Atualmente é Coordenador da Universidade Positivo.
A escola é o espaço da diversidade e, por consequência, um excelente laboratório para a vida adulta. Promover bons valores, autonomia e autodidatismo são os maiores legados do professor. Este se torna dispensável com o inexorável passar dos anos, mas os seus ensinamentos reverberarão sobre várias gerações. Nada é mais grandiosa que a missão do educador, na qual não temos o direito de ser medianos.
Aula que tem que ser dada merece ser bem dada, e para tanto bem preparada e o grande desafio é dar uma boa aula e manter a motivação e a disciplina. Sem disciplina não há aprendizagem na escola, nem para a vida. O docente deve conter a indisciplina no seu nascedouro, antes que a marola vire um tsunami. Impor limites é uma das suas tarefas precípuas. O denominado ‘professor bonzinho’ é danoso à escola e ao educando.
Mestre: entre em sala com disposição e alegria, tendo em mente que o aluno não está interessado nos seus problemas particulares ou nos desgastes da aula anterior. Quase todo dia o professor tem o seu calvário. Conflitos com os educandos são inevitáveis. Mas pare e pense: quem é o adulto na relação?
A didática é primordial, sendo intensas e constantes as mudanças, o que requer reciclagem continuada. A paixão pelo ensino e a vontade de investir na própria formação demonstram quem realmente quer ser um bom didata. O bom educador é um eterno aprendiz, mantendo-se atualizado nos avanços da sua matéria e das novas práticas e tecnologias educacionais.
No convívio com os educandos, é imprescindível o equilíbrio entre afeto e disciplina, como pratos distintos de uma balança: de um lado ternura, tolerância, diálogo. Do outro, limites, respeito às normas e à hierarquia. Uma relação que deve ser intensa e proativa, jamais morna ou tíbia.
É indispensável que haja unidade de ação e verbalização do professor e equipe pedagógica diante dos alunos e de familiares, para minimizar posturas antagonistas de alguns pais – como se família e escola em trincheiras opostas estivessem. A escola erra sim e a família também. Sigmund Freud bem assevera: "educar é uma daquelas atividades em que errar é inevitável".