Como defensor do meio ambiente, não poderia deixar de parabenizar São Paulo por exterminar as sacolas plásticas de seu cardápio de horrores nas ruas. As ruas e os bueiros das cidades não suportam mais os sacos plásticos. São milhares deles diariamente jogados na beira das sarjetas, agarrados em cercas, carregados de lixos em terrenos baldios etc. Enfim, um problema que vai causar prejuízos por mais de trezentos anos à natureza. Como não temos uma reciclagem de materiais adequada, os plásticos vão sendo enterrados em lixões e aterros, queimados com evaporação dos próprios odores sintéticos ou simplesmente abandonados em locais indevidos. Apesar dos esforços do vereador Milan, conhecido defensor da natureza, estamos ainda patinando para saber se é melhor jogar o saco plástico nas ruas e lixões ou exterminá-lo de vez. Infelizmente, isso tudo é fruto do nosso subdesenvolvimento terceiro-mundista. Não se pode afirmar que ele seja tão importante para nós porque qualquer um com mais de cinquenta anos já viu sua vovozinha ir à feira com um carrinho e retornar sem trazer nenhum saco plástico. Mas, e se fôssemos mais civilizados? Será que o saco plástico poderia permanecer por mais alguns anos? Talvez. Como não chegamos a esse patamar de civilidade ainda, não existe outra razão, senão fazer desaparecer o saco plástico. São Paulo tomou a decisão correta, primeiro ao fazer sumir os outdoors que se equilibram em paus e emporcalham as cidades com propaganda de péssimo gosto, e, agora, extinguindo os sacos plásticos, que em nossa cidade, estão jogados pelas sarjetas, lagoas, bueiros e ruas. São Paulo está sempre à frente dos outros municípios, talvez esse seja o motivo de ser a maior cidade da América Latina. Parabéns São Paulo!
* Antonio Carlos Garcia de Oliveira e Promotor de Justiça do Meio Ambiente.