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Opinião

Pelo engajamento

Escolha errada significa amargar o arrependimento por quatro anos

* Ruben Figueiró é senador e presidente de honra do PSDB-MS

 

Tenho andando muito pelo Estado de Mato Grosso do Sul neste período eleitoral e um fato chamou minha atenção: Poucas são as pessoas que declaram a opção de voto em suas roupas, veículos ou janelas. Quase não observo adesivos nos carros com nome e número de candidatos, tampouco bandeirolas ou botons. Essas coisas aparecem em mobilizações específicas como carreatas programadas com hora para início e fim. Depois disso, todos voltam à sua rotina, sem estampar sua escolha eleitoral aos amigos, familiares e conhecidos. Parece que há uma falta de convicção, o que impede de tentar convencer os outros a também votar no seu considerado “melhor candidato”.

Analiso essa falta de paixão pelo processo eleitoral como um reflexo ainda das jornadas de junho de 2013, quando a população expressou claramente sua desilusão com a classe política e rejeitou duramente ser representada por quem está aí no poder. O interessante é que naquela ocasião o povo não se eximiu de vocalizar tudo o que está ruim e gritar por melhorias.

Ao longo de minha trajetória de mais de 60 anos de vida pública, participei de inúmeras campanhas eleitorais, umas mais intensas, outras menos, umas mais civilizadas, outras em que a troca de farpas era mais pujante. Confesso que na de 2014 que observo da minha fase outonal da vida, choco-me com algumas atitudes de candidato que usa até de palavras de baixo calão para referir-se ao principal adversário. Sinceramente, isso não condiz com o gasto financeiro já revelado como o maior do Brasil para uma campanha ao governo do Estado.

Lamento a estratégia grosseira do PT, que em âmbito local, parece repetir a do nacional. Pelos resultados das últimas pesquisas de intenções de voto, percebemos que a opção da grosseria e da mentira repetida mil vezes não está mais dando certo.

Apesar de tanto explorar o medo e a difamação contra os principais adversários Aécio Neves e Marina Silva, Dilma Rousseff não tem conseguido recuperar suas intenções de voto. Estagnou. Enquanto Aécio ganhou fôlego cresceu nas últimas pesquisas e reduziu pela metade a diferença entre ele e a presidente num segundo turno. Sinal de que tem bala na agulha para superar a máquina estatal e garantir a alternância de poder proporcionando ao país uma mudança real, mas com responsabilidade. Afinal, quem acredita no “seguir mudando” propalado pelo grupo que está há 12 anos no governo?

Então vou provocá-lo, caro leitor, sobre o voto útil. Entendo que útil é estudar, pesquisar para fazer a melhor escolha sobre quem deverá ocupar cada um dos cargos em aberto nestas eleições: Presidente, Governador, Senador, Deputado federal e estadual. Cada um deles tem papel fundamental dentro de sua área de atuação. A escolha errada significa amargar o arrependimento por quatro anos (ou oito, em caso de senador). Pior, o tal voto “útil” pode inviabilizar a ida ao segundo turno do melhor candidato, o que será erro fatal e comprometerá o futuro do Brasil. Útil, repito, é sair da zona de conforto em busca do engajamento político para convencer os cidadãos que estão na sua rede de relacionamentos (do frentista ao professor do seu filho; do estagiário ao seu chefe) a votar em quem realmente representará um novo jeito de governar.

Lembre-se, não é à toa que todos os slogans criados pelos competentes marqueteiros das campanhas presidenciais falam de mudança. O Brasil pós jornadas de junho exige novidade, mas novidade com segurança e verdade. E isso só um candidato com história política e experiência de gestão pode proporcionar.