O irrefutável pressuposto do quanto a leitura é decisiva para a conquista do desenvolvimento com justiça social impõe à Nação o compromisso de viabilizar a democratização do acesso aos livros. Assim, governo, iniciativa privada e instituições da sociedade devem unir-se nesse objetivo. Consciente de sua responsabilidade no processo, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) tem realizado numerosas ações, ao lado de outras organizações da cadeia produtiva.
A estratégia da entidade voltada à promoção da leitura e fortalecimento do mercado editorial baseia-se em três eixos complementares: o desenvolvimento do negócio do livro em todos os segmentos da cadeia produtiva; ações políticas capazes de garantir voz e peso institucional devidos a um setor de atividade decisivo para a disseminação do conhecimento e da cultura; e amplo apoio aos associados, não só na prestação de serviços importantes, como no sentido de que sua articulação em torno de uma entidade de classe com reconhecimento nacional lhes propicie representatividade ante o setor público e a sociedade.
O trabalho da CBL e das entidades do livro apresenta resultados práticos para o setor. Alguns deles foram evidenciados, em 26 de junho, no Instituto Goethe, no Fórum CBL “Políticas Públicas de Livro e Leitura”, um evento, aliás, inserido no conjunto de ações voltado ao fortalecimento do mercado. Em palestra do professor Marcelo Soares Pereira da Silva, diretor de Políticas de Formação, Materiais Didáticos e de Tecnologias para Educação Básica do Mec, ficou clara a crescente importância dos programas do livro nas metas de melhoria da qualidade do ensino. Tal reconhecimento por parte do governo expressa o esforço no escopo do eixo da ação política da CBL.
No âmbito do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para o ensino médio, acrescentaram-se, em 2009, obras de física e geografia, além das que já o integravam anteriormente (língua portuguesa, biologia, química e história). Outra boa notícia é que, até 2012, todas as séries do Ensino Médio, em todo o Brasil e na totalidade das disciplinas, serão contempladas pelo programa. Quanto ao Ensino Fundamental, tendo como público-alvo os alunos do primeiro e do segundo ano, o PNLD 2010 já incluirá obras complementares em distintas áreas do conhecimento.
Também são interessantes as informações relativas ao Programa Nacional Biblioteca da Escola. Em 2006, distribuíram-se obras de literatura, de diversos gêneros, aos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental. Em 2007, incluíram-se os estudantes do sexto ao nono ano. Essa distribuição irá repetir-se em 2009. Para o nível médio, o programa distribui acervos compostos por 139 títulos. Em 2008, foram contempladas 229.889 escolas em todo o País, com investimento de R$ 65,28 milhões.
Como se vê, há avanços relevantes na luta pela ampliação do acesso ao livro. O desafio, porém, é imenso. Por isso, nenhum esforço deve ser poupado. Dessa maneira, a CBL estará cada vez mais mobilizada, com a realização de eventos, seminários e mobilização do mercado, setor público e sociedade, na imprescindível conversão do Brasil em um país de leitores.
Rosely Boschini, da Editora Gente, é presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL)