Veículos de Comunicação

Opinião

Redução do preço do adicional provisório da bandeira não gera benefício

Há mais de 10 anos, infelizmente, não se faz qualquer investimento em hidrelétricas

Por Reginaldo Gonçalves (*)

 

A redução da tarifa relativa à bandeira vermelha em 18% não trará benefício significativo aos bolsos dos usuários. Isso por que os aumentos contínuos da tarifa de energia feitos ao longo de 2015 foram bem superiores à possibilidade de mudança da tarifa da bandeira.

Há mais de 10 anos, infelizmente, não se faz qualquer investimento em hidrelétricas que possa ser considerado significativo e que poderia minimizar o uso da energia das termelétricas. Estas têm custo bem mais alto e criam impactos maiores, inclusive no meio ambiente.

A redução da chuva prejudica o nível dos reservatórios e também a chance de a energia ficar mais em conta. Nos últimos dez anos o volume de chuva foi significativo – não houve preocupação do governo em melhorar o sistema energético e partir para políticas alternativas como biomassa, aeólica, captação de energia com painéis fotovoltáicos ou ondas do mar, por exemplo.

Os gastos com o sistema de energia alternativa ainda são altos. Mas, com o barateamento do processo de captação de energia solar, em breve este poderá ser um caminho que estimule a queda das tarifas.

A proposta de implantação da bandeira já foi, de certa forma, uma alternativa do governo de repassar a responsabilidade pela má gestão do sistema hidrico e elétrico à população. Depois de todos os aumentos que impactaram no bolso, as pessoas conseguirem uma redução de 2% na conta de energia, parece uma alternativa popular de o governo demonstrar que está apenas se preocupando com a camada mais humilde da população.

 

* Reginaldo Gonçalves é coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina – FASM