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Se apanhar ou for ofendido na escola... E não revidar...Apanhará em casa, viu?

Essa frase lhe parece familiar? Já ouviu isso de seus pais alguma vez? Já vivenciou essa condição?
Caso sua resposta seja, infelizmente, afirmativa…Você é mais uma  dentre as inúmeras vítimas do exercício que vem causando conseqüências  negativas ao ser humano, sejam físicas ou psicológicas: o BULLYING.
Essa palavra, de origem inglesa, não possui uma tradução específica, porém acredita-se que seja formada originalmente de BULL, que significa búfalo.
A metáfora etimológica  é claramente compreensiva, pois só o nome búfalo já nos causa temor, ansiedade, sensação de impotência por sua imagem de truculência , agressividade, ameaçadora.Imagine, então , sermos ameaçados por tal animal, diariamente? Contudo, o mais interessante nisso é que não vamos aqui falar  de um animal que age por instinto, mas de seres humanos que vem há muito tempo agindo de forma semelhante, e o que é pior, racionalmente e intencionalmente: xingando, humilhando, ameaçando e até agredindo o seu próximo.
O bullying é praticado sem nenhum aparente motivo por uma ou mais pessoas, causando na vítima, denominada por especialistas como ALVO, muita angústia e medo. Nesse quadro depreciativo se encontram    os AUTORES-que praticam o bullying;  ALVOS-AUTORES- que ora sofrem, ora  o praticam e os TESTEMUNHAS – os quais não sofrem nem praticam, mas convivem em um ambiente onde isso ocorre. O cenário principal para a atuação desses, infelizmente,  é a escola-  instituição cuja finalidade é totalmente contrária. No entanto,é o local onde  as “brincadeirinhas de mau gosto” ocorrem com freqüência, direta ou indiretamente, pois há fluxo maior de interação entre alunos, seja no intervalo (recreio)  sem a presença do professor, como também dentro da sala de aula, com a presença do professor.
Na maioria desses casos, o AUTOR é de origem de um lar desestruturado e recebe total apoio de seus familiares, que o estimulam através de maus exemplos, desde um simples “zoar” até agressões,que se exteriorizam à sociedade e principalmente na escola sob diversas formas pejorativas e humilhantes. Então,o autor, por sua vez  mantém-se firme, soberano, praticando o bullying já que desde pequeno convive com ameaças, e uma delas é a “se apanharou for ofendido na escola e não revidar…apanhará em casa, viu?”. Dessa maneira, o temor pela violência em casa lhe dá forças para atuar e manter um suposto “poder” sobre seus colegas, ameaçando assim os que ousam enfrentá-lo. O ALVO, por sua vez, passa a ser desmoralizado perante os demais e sem resistência começa a se sentir deprimido, sem ânimo até para continuar os estudos, o que lhe pode resultar uma depressão.
É importante ressaltar que não há distinção de gênero nos autores, que em geral possuem características bem definidas, como forte poder de influência, liderança, inteligência e principalmente a mentira, com total  facilidade de se expressarem e se saírem bem quando são acuados pelos diretores ou professores, eximindo-se de qualquer culpa.
Nesse panorama ofensivo que aflige e oprime muitos alunos-ALVOS, todos nós, na Unidade Escolar,  nos tornamos responsáveis, porém despreparados ainda para  combater tal problema.  Portanto ,  é preciso  que haja capacitação com especialistas objetivando estudos e ações diante de fatos decorrentes do Bullying, seja através de palestras, projetos, vídeos, etc.  No entanto, é primordial   instituir, efetivamente,PSICOPEDAGOGOS dentro dessas unidades, cujas intervenções, num processo interativo FAMILIA-ESCOLA, já solucionaria boa parte das ocorrências desse  grande desafio aqui abordado, que embora tenha sempre existido, vem ganhando circuitos drásticos à sociedade escolar.

Professora Iara Neves de Souza é pós-graduanda em Psicopedagogia – Fipar (Paranaíba)