O dólar alcançou na segunda-feira (04 de agosto) o patamar de R$3,44, um índice assustador, o maior nos últimos 12 anos. O índice é assustador e pode ter certeza, terá impacto na vida de todos – investidores, empresários, viajantes e também às pessoas físicas, consumidores brasileiros –; para pouco de maneira positiva e, para muitos, negativa.
Para os poucos brasileiros que possuem investimentos na moeda estrangeira ou atrelada a ela, a notícia é boa, pois aumentará seus rendimentos; para empresas e indústrias nacionais pode ter um lado bom, uma vez que a alta da moeda causa maior competitividade das vendas externas brasileiras, tornando-as mais baratas, e a concorrência com o produtos importados ficam mais equilibrada.
Contudo, não se deve esquecer que muitos dos produtos e insumos de nossas indústrias e empresas são importados, o que também expressivos aumentos de gastos. Para piorar, parte desse aumento será repassado, com certeza aos clientes finais, nesse caso, o consumidor. Assim, é hora de estar em estado de alerta por causa desse tema.
Àqueles que estavam planejando viajar ao exterior, o fato também desanima, pois a todos os gastos comuns de uma viagem dessas – passagem aérea, passeios, IOF do cartão de crédito, etc. – será acrescido o aumento da cotação do dólar, ultrapassando o valor planejado inicialmente. É preciso cautela! Para quem nem sequer se programou, é melhor deixar a viagem para outro momento.
A população brasileira no geral também é atingida, pois somos consumidores. Somada à inflação que também está aumentando, a alta da moeda americana reflete diretamente no preço de produtos e serviços de nosso cotidiano, encarecendo-os substancialmente e, consequentemente, diminuindo nosso poder de compra.
Embora não seja motivo para pânico, há muitos cuidados a serem tomados nesse período. Por isso, o melhor a fazer é reunir a família, rever os custos diários e mensais, reduzir os excessos e supérfluos e fazer algo que parece óbvio, mas muita gente não consegue: garantir que o ganho sempre seja maior que as despesas. Não adianta ficar colocando a culpa no governo, nas instituições financeiras e no sistema capitalista.
É hora de assumir a responsabilidade, encarar a realidade e mudar os hábitos para passar por essa situação de maneira sustentável e consciente. A reeducação financeira é a grande solução para os novos tempos.
* Reinaldo Domingos é educador e terapeuta financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira,