Pesquisas de opinião pública feitas em Três Lagoas comprovaram que o maior sonho da população era e ainda é o asfaltamento das ruas da cidade. A pavimentação das vias públicas é mais pedida mais do que melhorias na educação e saúde. O sonho chegou para muitos. No entanto, está sendo destruído pelas obras que a empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul) executada na cidade, rasgando o asfalto nas ruas da cidade sob o pretexto de implantar a rede de esgoto, aliás, importante requisito para a melhoria de qualidade de vida dos cidadãos. Entretanto, nada justifica abrir valetas e não fechá-las, ou, então, fechá-las, quando quiserem, numa clara demonstração de desrespeito para com a cidade e a sua população. Essa prática, também, evidencia a inércia da administração municipal que ao receber o benefício da ampliação da rede pública de esgoto, não fiscaliza e se cala para não causar atrito ou rusgas com a Sanesul, que tem na exploração do serviço público de Três Lagoas, uma das cidades mais rentáveis, gerando receita mais do que satisfatória. O asfalto custa dinheiro do município de Três Lagoas e ao ser rasgado com a abertura de valetas, precisa ser recuperado com um serviço de boa compactação e cobertura asfáltica de qualidade de modo que, a cidade não apresente remendos na sua malha viária e nem fique com aspecto comprometido como se verifica andando pelas nossas ruas. Se a prefeitura exercesse sua autoridade, certamente, a empresa de saneamento não executaria esta obra através de empresa contratada para realizar esse serviço como bem acha, ou como se estivesse na “casa da mãe Joana”.
A Sanesul tem aberto valetas em dezenas de ruas da cidade e em alguns bairros, como o Paranapungá e o Vila Nova, os cortes no asfalto foram longos e as ruas, praticamente, ficaram intransitáveis, como mostrou reportagem do Jornal do Povo do dia 21 de fevereiro. É certo que esta obra de infraestrutura urbana é indispensável para o desenvolvimento da cidade, mas a recuperação das vias asfaltadas até hoje não foi executada. A valeta é aberta e deixada por semanas sem nenhum tipo de reparo. Essa situação é inaceitável. Até parece que a prefeitura municipal não se importa com esta conduta nociva da empreiteira incumbida pelo serviço, porque não exige e não diz porque não exige os reparos. E pior, não embarga a execução de uma obra que retalha o asfalto e não apresenta cronograma para sua recuperação. O prazo para a recuperação da rua danificada pela execução de serviço da Sanesul deveria ser imediato. Ou seja, não deveria ultrapassar três dias da conclusão de implantação da rede de esgoto. Cabe à Prefeitura de Três Lagoas fiscalizar o que tem sido feito nas vias da cidade e acompanhar o cumprimento de prazos que devem ser previamente estabelecidos. E, mais, deve exigir que a recuperação asfáltica seja feita com qualidade, sob pena de se acusada de cumplicidade com o serviço mal executado.
O Setor de Fiscalização de Obras tem por obrigação designar fiscais para acompanhar a execução de obras públicas de órgãos da administração estadual ou federal, que em nome da alocação de verbas, contratam empreiteiras que pensam que estão fazendo favor para cidade, quando em verdade, são pagas para executarem a recuperação do asfalto. Entretanto, executam serviço de péssima qualidade para aumentarem seus ganhos. Esta é a realidade nua e crua, que não passa despercebida. A prefeitura precisa fazer valer a sua autoridade, sob pena de ser acusada de conivente. Assim é o caso de terrenos baldios sujos, que ultrapassam de seis mil na cidade. A prefeitura anuncia que vai multar, ameaça, mas nada faz concretamente para penalizar os maus contribuintes.
A Sanesul informou o Jornal do Povo, que após reportagem sobre este assunto, notificou a empresa Serra Engenharia, responsável pelo serviço, para regularizar todas as pendências e reposição de asfalto.
Os poucos reparos feitos se apresentam como meros paliativos e não suportaram as chuvas, e por isso, novas crateras se abrem nos leitos das ruas onde foram abertas valetas. Ontem, o ex-governador André Puccinelli em reunião na Assembleia Legislativa com os deputados, anunciou a liberação de R$ 51 milhões pelo governo federal para obras de saneamento em Três Lagoas , antecipando o anúncio pelo atual governo. Independentemente deste fato, espera-se que as obras sejam executadas observando o menor dano possível à pavimentação asfáltica da cidade, além da imediata recuperação da malha viária urbana, sob pena, de se não for observado esta conduta, atribuir-se culpa à prefeitura municipal por estrita falta de fiscalização e omissão na defesa dos interesses da população, que não pode e nem dever ser prejudicada por conta de uma obra que se executa.