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Opinião

Trabalho Escravo: Quando o Barato... Torna-se Oneroso!

Conscientização e luta por condições dignas de trabalho tem-se expandido ao redor do mundo

*Gláucia Camila Valverde 

*Leonardo Maso Nassar 

Nos últimos tempos, a conscientização e luta por condições dignas de trabalho tem-se expandido ao redor do mundo; entretanto, mesmo nos dias atuais, ainda é possível ver denúncias de condições laborais trabalhos análogas às de escravos em algumas empresas.

Com a globalização e o mundo capitalista, as empresas buscam cada vez mais ser competitivas e alcançar seu lugar no mercado. Para isso, muitas vezes precisam abrir mão de custos, buscando mão de obra barata e, assim, expondo a vida de trabalhadores a riscos em troca de redução de custos. Esses trabalhadores, em muitos casos, estão em situações precárias, tanto no que concerne ao local de trabalho, sem infraestrutura, quanto no que diz respeito ao salário que recebem por seu labor.

São comuns casos de denúncia em empresas do ramo de vestuário, em que a produção é terceirizada por outra empresa que fabrica em grandes lotes a preços significativamente baixos. Existem também marcas com preços mais elevadas e reconhecidas por sua qualidade que fazem uso da mão de obra em condições análogas às de escravidão, utilizando-se de trabalhadores de países menos desenvolvidos, cuja população vive em condições de extrema pobreza, sem qualquer outra opção de trabalho. A princípio, a compra de tais peças pelos consumidores de etiquetas famosas é vantajosa, porém é urgente que estes (e a população em geral) conheçam seu modo ou condições de produção e conscientizem-se dos respectivos ônus, para que não corram (ou corramos) o risco de estar financiando uma nova forma de trabalho escravo.

É necessário criar, nos consumidores, uma forma de pensar que os (nos) leve a interessar-se em conhecer as formas de produção das empresas e, por conseguinte, cobrar destas uma postura correta. Esse (novo) modo de pensar implica analisar se a compra está sendo vantajosa e trazendo benefícios a ambas as partes, o que só será possível se, por trás do preço baixo, existirem formas dignamente humanas de trabalho, contribuindo para a geração de empregos e desenvolvimento da economia do país.

A valorização do trabalho humano dentro das organizações tem-se desenvolvido gradativamente – e assim deve ser, para que cada vez mais colaboradores estejam interessados pelo crescimento da empresa em que trabalham e sintam-se valorizados. Benefícios também fazem parte de uma cultura organizacional de valorização do funcionário e contribuem para uma melhoria na qualidade de vida da classe trabalhadora do país, particularmente a operária.

Valorizar o trabalho humano é uma forma de a empresa mostrar suas qualidades, de demonstrar que tem um trabalho transparente, em que busca atender as necessidades de seus clientes e as internas da empresa, sem precisar, para isso, privar de benefícios seu quadro de trabalhadores. Ao contrário, uma cultura organizacional dessa natureza faz que estes se sintam importantes na organização, buscando cada vez mais contribuir com o desenvolvimento e a produtividade da empresa, tanto quanto com seu reconhecimento dentro do mercado.