É assustador saber que o trânsito urbano em Três Lagoas foi cenário de 700 acidentes e cinco mortes em seis meses. Embora a administração municipal esteja instalando novos semáforos e radares para conter esse elevado índice de ocorrências no tráfego da cidade, inclusive, estabelecendo como velocidade máxima 40 km por hora na maioria das vias da cidade, é certo que se não for elaborado um plano estratégico por especialistas em trânsito urbano, contratados para analisarem as causas de tantos acidentes e oferecerem soluções técnicas, continuaremos registrando, lamentavelmente, acidentes no dia a dia da cidade.
Mas, também, é certo que se faz necessária uma campanha para maior conscientização na condução de veículos e de mais educação no trânsito, como também deverá ser deflagrada severa fiscalização para identificar condutores de veículos automotores sem habilitação pelo policiamento militar de trânsito, assim como por agentes de trânsito do município. Também, é preciso intensificar a fiscalização à luz da legislação vigente alcançando condutores de bicicletas elétricas, os quais, a cada dia que passa, tomam conta das ruas da cidade. É fato que essas bicicletas elétricas são conduzidas por pessoas de todas as idades, sem nenhuma noção das regras que norteiam o trânsito e as obrigações e deveres que obrigatoriamente devem ser observados por qualquer condutor de veículo automotor.
Outra questão grave são as bicicletas comuns, que avançam o sinal vermelho costumeiramente e quase não circulam pelas ciclovias instaladas na cidade. E, quando transitam, não respeitam os sinais de pare inscritos em cada cruzamento de rua. Enfim, estamos diante de dados concretos que evidenciam um grande volume de acidentes no trânsito da cidade. A falta de conhecimento sobre as regras do trânsito é evidente e se agrava pelo desrespeito à sinalização vertical e horizontal instalada pelas artérias da área urbana. É preciso que as autoridades municipais deixem de lado o discurso que minimiza a incidência de acidentes. Constata-se que não há na cidade ação efetiva e contundente para reprimir infratores e nem uma fiscalização diária para verificar se condutores de veículos estão ou não habilitados.
É de se estranhar a ausência de ações repressivas visando coibir condutores de bicicletas elétricas sem a devida autorização legal e que transitam sem o uso de equipamentos, entre eles capacete e demais complementos como estabelece a lei. Sem intensa e massiva campanha de educação para o trânsito, continuaremos sendo uma cidade perigosa para se transitar pelas ruas, onde hoje o trânsito é um dos piores se comparado aos de outros centros urbanos.