O ano de 2006 tornou-se um marco no desenvolvimento econômico de Três Lagoas. Com o lançamento da pedra fundamental da fábrica de celulose da Fibria, no âmbito do Projeto Horizonte, o município ingressou na segunda etapa do seu processo de industrialização, que fora marcado, anteriormente, pelo predomínio das indústrias de alimentação e de confecções.
Quando, em 2010, instalou-se também a fábrica da Eldorado Papel e Celulose, Três Lagoas transformou-se, segundo reportagem da revista Época Negócios, de “capital brasileira do gado” em “metrópole global da celulose”.
Os números que marcam a expansão econômica experimentada pelo município são impressionantes: de 2009 a 2013, a quantidade de trabalhadores assalariados aumentou em 87,6%, passando de pouco mais de 22 mil empregos para quase 42 mil; a média salarial passou de 2,7 salários mínimos para 3,1 salários mínimos; de 2.597 empresas instaladas, chegamos a 3.322; a arrecadação do IPTU subiu em 146,9%, aumentando de 6,5 milhões de reais para 16 milhões; o PIB municipal passou de 2.013 bilhões para 3.285 bilhões de reais – um aumento de 68% em apenas 5 anos.
Como prefeita de Três Lagoas no período de 2005 a 2010, tive a honra não só de testemunhar essa verdadeira revolução pacífica que ocorreu na cidade, mas de colaborar, dentro de minhas forças, para que ela se realizasse.
Agora, a Fibria lança o Projeto Horizonte 2, que contempla a construção de uma segunda linha de produção de celulose, com capacidade de produzir 1,75 milhão de toneladas/ano – quando as novas instalações entrarem em funcionamento, a produção total da Fibria alcançará, anualmente, mais de 3 milhões de toneladas. Somando-se a produção da Eldorado (também com projeto de expansão em curso), Três Lagoas deverá atingir, em 2018, a marca de 7 milhões de toneladas anuais – um feito econômico em escala mundial, motivo de orgulho não só para o município, mas para Mato Grosso do Sul, para a região Centro-Oeste e para todo o Brasil.
Mais importante do que isso – num momento em que o País enfrenta uma crise econômica profunda, que tem nos levado a um cenário de quase paralisia dos investimentos em atividades produtivas, Três Lagoas oferece mais uma vez um exemplo de como é possível, por meio da colaboração estreita e decidida entre o poder público e a iniciativa privada, enfrentar e vencer a crise, não promovendo cortes indiscriminados, que terminam por castigar principalmente os mais necessitados, mas incentivando a produção, o aumento da renda e a criação de empregos de qualidade.
Que o sucesso dos projetos Horizonte e Horizonte 2 possa convencer os administradores e investidores brasileiros de que este é o caminho certo para a construção do futuro. Durante a instalação da nova linha de produção, com investimento previsto de 7,7 bilhões de reais (um dos maiores investimentos privados do País), serão criados 40 mil empregos diretos e indiretos, que se tornarão 3 mil postos de trabalho permanentes, quando a nova unidade entrar em produção. Estão programadas 890 mil horas de treinamento em capacitação e formação de profissionais especializados. Cerca de 60 fornecedores locais atuarão no projeto. Muitos outros números poderiam ser citados, mas creio que estes sejam suficientes.
Neste momento, lembro-me dos versos de Vinicius de Moraes, na música “Aquarela”, parceria com Toquinho: “Numa folha qualquer / Eu desenho um sol amarelo / E com cinco ou seis retas / É fácil fazer um castelo…” Na continuidade da letra, o Poeta descortina um mundo inteiro sobre uma simples folha de papel. A indústria de papel e celulose abriu um novo mundo de oportunidades e desenvolvimento para Três Lagoas, mundo cujos horizontes hoje se expandem com a ampliação da unidade da Fibria, resultado do esforço, coroado de êxito, não só dos administradores e investidores, mas dos milhares de trabalhadores que participaram, participam e participarão dessa grande obra de construção coletiva.
* Simone Tebet é senadora pelo PMDB. Foi prefeita de Três Lagoas.