Tenho minha opinião formada sobre a dona Dilma. Ganhando ou perdendo, o País será coberto de lama nos próximos anos. Se ganhar, o PT estará no governo e terá de pagar a conta das mazelas eleitorais. Se perder, ficará na oposição nacional mas terá alguns Estados governados pelos acólitos de Lula e esses terão de amamentar os devedores da campanha.
Vale dizer, não temos saída. Como o Poder Judiciário é moroso em punir os desmandos – há processos ainda da campanha anterior que não se encerraram e os do mensalão dormem para todo sempre em gavetas do STF – não tenho esperança em reaver um tostão que seja dos desvios que se avizinham.
Centro-me, agora, no mau exemplo flagrante dado pelo presidente boquirroto para aumentar o prestígio de sua corujinha de estimação. Conforme se sabe, há dias Lula enfiou no Orçamento da União, a ferro e fogo, obras que tinham recursos bloqueados pelo TCU por irregularidades comprovadas.
Desde superfaturamento, sobrepreço, critérios inadequados de medição e gestão temerária, entre vários outros indícios de patranhas federais dos honestos petistas.
Assim, começaram a andar mesmo sob suspeita as bilionárias refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Presidente Getúlio Vargas, no Paraná; o Terminal de Granéis Líquidos do porto de Barra do Riacho, no Espírito Santo e as unidades do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro.
O TCU sequer pedia que fossem paralisadas as obras, mas que fossem corrigidos os desvios, mas como estancar a sangria de propinas que representam essas obras do PAC, uma vez abertas as torneiras?
Na Abreu e Lima há indícios de superfaturamento de 96 milhões e sobrepreço de 121 milhões nos serviços de terraplanagem. O complexo petroquímico do Rio foi superfaturado em 1.490% no pagamento de verbas indenizatórias!
Lula, aliás, já havia pedido “menos rigor” nas licitações, uma das expressões mais inusitadas da história brasileira, vindas de um Presidente da República! Menos rigor na fiscalização das obras públicas!
Sob o argumento simplista de “salvar 25 mil empregos”, caso as máquinas parassem, gastar-se-ão os tubos para honrar o propinoduto representado pelas obras tocadas ao sabor da safadeza e da rapina.
Fica, na verdade, marcada a desfaçatez, a falta de respeito, o descaso com a ética, com a decência, com o decoro no trato da coisa pública. O exemplo vem do Presidente da República. O fato de ser nordestino, de ser retirante, de não ter cultura e, ainda que tenha aprovação de toda a multidão de beneficiados pelo bolsa-família não deveria servir de pretexto para tão abusiva lição de crime administrativo.
Um amigo, que trafega profissionalmente pelo Tribunal de Contas da União, disse que não há uma obra sequer da Copa do Mundo que não esteja contaminada pela corrupção, sendo certo que o Brasil foi loteado por Paulo Otávio (o vice-governador de Arruda, aquele, aquele dos panetones) e seus amigos, entre eles, Ricardo Teixeira.
E é certíssimo (a Veja dá a dica) que Lula tem conversado e muito com Zé Dirceu, sim, ele mesmo, o Czar do Mensalão. O PMDB, é claro, está a reboque dessa matilha, sendo sintomático o beija-mão de Sarney e Dilma em recente solenidade no Palácio do Planalto.
Cabe ao povo brasileiro, que não é bobo como o PT pensa, ler as linhas e entrelinhas do Jornal Estadão e de outras mídias e fazer sua análise: se queremos esse povo no governo, nutrindo-se de nossos tributos em suas tenebrosas transações, parafraseando Chico, ou se queremos um outro Brasil.
O Brasil de Lula, Dilma, Zé Dirceu, Genoíno e alcatéia está desenhado.
O futuro dirá. De certo, mesmo, até agora, é que seremos enlameados por essa corja durante a campanha e no governo, se, por infelicidade, vencerem as eleições. O aviso dado pelo presidente de Garanhuns é muito claro.
João Campos é advogado especialista em Direito do Consumidor