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A mulher agredida de cada dia e a hipocrisia das leis do Brasil

Violência contra mulher: Eduquem as crianças e punam os adultos agressores. É difícil entender?

Quando o verde do olhar é coberto pelo vermelho da agressão - Arquivo / JPNEWS
Quando o verde do olhar é coberto pelo vermelho da agressão - Arquivo / JPNEWS

É preciso dar um basta na tolerância – travestida de “progressão de pena” – para com agressores, estupradores e assassinos de mulheres. Sobre prevenção e conscientização, atendamos que é preciso educar as crianças e punir os adultos agressores.

Um homem que agride uma, duas ou três mulheres, não mudará seu comportamento recebendo flores, panfletos e assistindo a “filmes educativos” onde atores e atrizes “poetizam” de que “em mulher não se bate”. A estes, as esferas mais severas das leis e os corredores mais sombrios dos presídios. Até para que não sirvam de exemplo para os pequenos  com os quais convivem.

Aos homens que não toleram esse tipo de situação, ensinemos que “em briga de marido e mulher se mete a colher”. É impossível ouvir estalos de socos e estampidos de armas que aleijam, deformam e matam essas mulheres de braços cruzados. Se não há como ajudar sozinho, há como acionar a Polícia. As horas de tortura, os dias de agressões e os anos de abusos são a estrada que se leva ao fim de inúmeras mulheres.

Apenas para que entendamos a hipocrisia de nossas leis: o plenário da Câmara rejeitou, em 2017, o destaque que pretendia estabelecer prisão em regime fechado, sem direito a progressão de regime, para condenados pelo crime de estupro. Como teremos mulheres protegidas desta maneira? Somos vítimas das leis criadas por quem elegemos de forma errada. Que país é este?