Com o distanciamento social e a tendência do home office, as famílias têm passado mais tempo juntas e, consequentemente, os casos de violência nos lares brasileiros têm aumentado. As denúncias de violência contra a mulher feitas pelo número de telefone 180 cresceram quase 40% em comparação com 2019, segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMDH).
Com base nestes dados, a Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher de Paranaíba lançou a campanha Isolada, Mas não Sozinha, com o objetivo de incentivar os casos de denúncias de violência doméstica. “Ficar em casa é necessário. Evitar aglomeração é preciso. Mas você sabe o que acontece na casa da vizinha? Se há situação de violência doméstica você precisa meter a colher, para não ficar com a consciência pesada se algo pior ocorrer. Denuncie”, diz a campanha, que tem como foco outro projeto amplamente divulgado, onde a mulher pode fazer a denúncia com um ‘X’ vermelho de batom estampado na palma da mão, e busca na prática, alertar as mulheres a denunciarem casos de agressão, ajuda-las a buscar socorro e orientação em tempo de pandemia.
“As medidas de distanciamento são extremante importantes para conter a rápida propagação da Covid-19, especialmente neste momento, em que enfrentamos uma nova onda de disseminação e ainda mais grave. Mas a mulher, assim como a menina ou o menino, que está convivendo em ambiente de violência doméstica, consequentemente, está mais vulnerável”, destaca a nota da Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher de Paranaíba.
“O medo, a angústia e a sensação de desespero podem se dissipar caso você colabore com as denúncias ou leve o esclarecimento necessário e quem pedir ajuda, por meio desta mensagem. A imagem pode ser o socorro que as vítimas de violência esperam”, reforça o texto, assinado ainda pela OAB 6ª subseção, Dam Paranaíba e Projeto OAB Por Elas, que compõem a Rede.
“Em tempos de pandemia, quando a convivência familiar está ampliada e o agressor está sempre por perto, ter códigos silenciosos é muito importante. Nós apoiamos a iniciativa, que vem para oferecer mais proteção às mulheres”, diz representante da Rede, a advogada Rilker Dutra.