“Não estamos pedindo e sim oferecendo alguma coisa e em prol arrecadando fundos para manter o hospital aberto”, disse o presidente da Santa Casa de Misericórdia de Paranaíba, Jair Alves de Souza. Passando por um momento de dificuldade financeira, o hospital tenta levantar recursos para equilibrar suas contas.
A Santa Casa sorteará um Fiat Palio Fire zero quilômetro, uma moto Honda CG 125 e uma TV 40 polegadas. O sorteio será pela loteria federal do dia 20 de dezembro. Para participar da campanha "A Santa Casa Precisa de Você", basta adquirir um bilhete no valor de R$ 30.
O presidente pediu a compreensão das pessoas para que ajudem a direção do hospital a mantê-lo aberto. Ele contou que a intenção era usar os recursos do sorteio em algumas obras, porém isso não será possível, uma vez que o hospital tem sérias dificuldades financeiras. Recentemente ele esteve na Secretaria de Estado de Saúde, em busca de ajuda financeira para aumentar o custeio do hospital, porque a situação é bastante complicada.
O presidente observou que as despesas estão aumentando, e deu o exemplo do custo de um medicamento. Um remédio para ser aplicado em infartados custava R$ 600, despesa que o Sistema Único de Saúde (SUS) cobria. Agora, a fabricante do medicamento fechou e uma nova está fabricando, no entanto o valor é R$ 1.800, e o SUS paga somente R$ 900. "Então esses valores de custeio tem que vir do poder público, porém nenhum dos poderes diz que tem renda para repassar para a Santa Casa cobrir essas diferenças". Ele lembrou que não é apenas um remédio nessa situação. "Não tem hospital que aguente desse jeito", acrescentou.
Outro gasto que não estava no orçamento foi a compra de um compressor que mantêm o ar dentro dos quartos, o antigo estragou e tinha mais de 20 anos de uso, o novo custou R$ 24,5 mil. “Dá onde eu tiro esse dinheiro? Estou tirando dos médicos que eu tenho que pagar, eles estão tendo paciência”, completou.
A questão financeira da unidade é também enfrentada em outras localidades. A Santa Casa de São Paulo, citou, tem uma dívida de R$ 450 milhões, algo impagável. Certa vez algumas alas foram fechadas, o que causou um grande transtorno. "Isso acontece em São Paulo, que é o pulmão do país", destacou. Em Campo Grande a situação não é diferente. "Não tem dinheiro nem para manter o hospital, e não tem dinheiro da onde vir de lugar nenhum. Nós, aqui, não somos diferentes. Estamos fazendo das tripas coração para manter o hospital funcionando", falou.
A direção estava fazendo uma reforma para remodelar os quartos do SUS. A intenção, conforme o presidente, é proporcionar uma condição mais humana aos pacientes que ficam internados no local. Foram instaladas televisões; os banheiros, aumentados; os espaços estão sendo pintados de cores diferentes, para tirar a conotação de hospital. No fundo, foi criada uma sala de estar para os acompanhantes. "Fizemos isso só com os nossos recursos, que são poucos, mas agora não temos mais como continuar, porque as despesas estão aumentando violentamente, e as receitas não aumentam", explicou.
O presidente observou ainda que a Santa Casa é um hospital médio, diferente do hospital de Campo Grande, onde o governo injeta milhões quando é necessário. "Aqui ninguém injeta nada, e se nós fecharmos, o prejuízo para a população será muito grande", constatou.
Por todas as dificuldades, Jair espera que, mais uma vez, a população colabore, porque a unidade precisa muito da ajuda de todos. Os bilhetes podem ser adquiridos no setor de administração da Santa Casa.