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Entenda O Caso

Delegada revela detalhes de assassinatos após policial receber prints

A Polícia acredita que Lucio foi em busca de Fernando com a intenção de matá-lo

O investigado negou que tivesse outros relacionamentos extraconjugais - Talita Matsushita/JPNEWS
O investigado negou que tivesse outros relacionamentos extraconjugais - Talita Matsushita/JPNEWS

Durante quase três horas de depoimento o policial militar ambiental, Lucio Roberto Queiroz Silva, 36 anos, investigado pela morte de sua esposa, Regiane Araújo e Fernando Henrique de Freitas, 31 anos, disse à delegada que teria ido à casa da sogra do suposto amante de sua esposa para ‘tirar satisfação’.

Segundo o policial, Fernando teria ‘partido para cima dele’ e para se defender teria efetuado os disparos. “Essa justificativa para investigação não condiz com o apurado até agora. Temos testemunhas, imagens de câmaras de segurança e esse investigado já desce com a arma em punho e isso é confessado por ele, por conta da superioridade de força e seria uma precaução. Mas nós entendemos que não, que já foi determinado a efetuar os disparos”, disse a delegada Eva Maira Cogo, responsável pelo caso.

A delegada ainda contou que em frente a residência da sogra de Fernando estavam  a viúva de Fernando, com a filha de um ano e meio no colo, e uma colega. “Elas imploram pela vida dele, chegam a colocar a mão no peito dele para ele ir para trás. A sogra chega a fechar o portão, ele empurra o portão e entra”, contou.

Lucio então encontra Fernando dormindo e com a arma em punho pediu para que ele mostrasse o aparelho celular e quando Fernando faz menção de pagar o aparelho celular, Lucio efetua os disparos. “Esta é a versão apurada até agora. O depoimento do investigado não foi neste sentido”, pontuou.

Em seguida, conforme a delegada, Lucio seguiu para a casa dos pais, e no trajeto fez duas ligações, lá também teria descido com a arma em punho. Conforme a delegada, o pai de Lúcio tentou impedir, tentou segurar a arma, implorou para que o filho não atirasse, e neste momento foram efetuados pelo menos três disparos em Regianni.

“O filho do casal estava na sala, o investigado fala que pede para esta criança deixar a sala e depois ele comete o crime. Então esta criança estava presente no local, quando o pai chega com a arma em punho”, observou.

Com relação a participação da viúva de Fernando, que teria mandando as cópias de mensagens entre seu esposo e Regianni, a delegada explicou que ela já foi ouvida, e apresentou os prints que teria enviado a Lucio. “A princípio não há participação dela com a finalidade da morte destas vítimas, o que há é que ela descobre a traição e indignada encaminha para o autor dos crimes. Ela fala para ele então que o casamento dela acabou e ele teria dito no telefone que o dele também teria acabado”, frisou.

Ainda conforme a delegada, a viúva disse que se soubesse do resultado jamais teria enviado as mensagens e Eva ainda destaca que nas mensagens enviadas para Lucio não teria nenhuma instigação para o cometimento do crime. “Durante o interrogatório o que foi justificado pelo investigado é que ele recebeu estas mensagens e a viúva teria falado que não poderia deixar desta forma, mas em momento algum disse para cometer um crime”, falou.

Conforme a delegada, o conteúdo das mensagens dá-se a entender que havia de fato um relacionamento amoroso anterior entre Regianni e Fernando.

No depoimento, Lucio disse estar arrependido de ter cometido os crimes e se pudesse voltaria no tempo. “Mas não se volta no tempo em casos assim”, falou.

Com relação ao casamento de Lucio e Regianni, a delegada disse que algumas informações de que o relacionamento estava bastante desgastado. “A vítima já teria tentado terminar este relacionamento algumas vezes, até por ter descoberto várias traições, diversas traições por parte do investigado e temia a separação por conta dos filhos e diversas situações. O investigado negou que tivesse outros relacionamentos extraconjugais”, observou.

A delegada ainda informou que não havia boletim de ocorrência registrado por Regianni de violência doméstica, mas há informações de que ela sofreria ameaças. “Não tenho isto como verdade absoluta. Boletim de ocorrência não tinha, o que não me surpreende, por que em todos feminicídios que eu atuei em Paranaíba nenhum tinha boletim de ocorrência. Por isso  eu sempre friso a  importância de em qualquer situação de relacionamento abusivo, procurar a Delegacia de Atendimento à Mulher. A lei inibe estes casos, tem uma eficácia”, finalizou.