Um pequeno grupo de ex-funcionários do frigorífico Rio Grande S/A, em Paranaíba, impediu a saída de uma carreta carregada de carnes das dependências do frigorífico Golden Imex, na tarde de terça-feira (12). O condutor da carreta chegou a forçar a saída da unidade, porém, retrocedeu após ser repreendido por ex-funcionários na portaria.
O carregamento é parte de penhora para assegurar o pagamento das despesas da empresa, que recentemente adquiriu a planta frigorífica e passou a ser responsável pelas dívidas dos antigos proprietários. O grupo deve continuar bloqueando a saída de novos carregamentos.
“Fizeram o compromisso que iam assumir a dívida do Mauro Suaden. Tenho que receber R$ 15 mil”, disse Lourival Alves de Souza, 49 anos, atualmente funcionário do Grupo Golden Imex.
“Se for possível vamos ficar aqui. É um direito nosso”, ressalta Flávio Rosa de Souza, 30 anos, também é um dos ex-funcionários que espera receber verbas rescisórias.
Conforme Lúcio Clei Rezende, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Frigorífico de Paranaíba, ao RCN67, cerca de 150 trabalhadores ainda não receberam as verbas rescisórias após arrendamento e aquisição da planta pelo grupo.
“Na época que a empresa [Golden Imex] veio instalar, contratou a mesma mão de obra. Dentro do contrato de arrendamento constava que o dinheiro era para pagamento de dívidas trabalhistas. Estamos aqui para que a empresa cumpra o que a lei e a justiça determinam”, disse.
Conceição Aparecida de Souza, advogada representante do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Frigorífico de Paranaíba, destacou que a associação entrou com medida cautelar de arresto, que foi acatado pela Justiça. Com isso, houve a penhora dos bens do devedor, bem como o carregamento de carne, para pagamento de verbas rescisórias. O valor da dívida chega a cerca de R$ 1,6 mi.
“O processo se arrasta desde 2020, em fase de execução, onde o Grupo Golden Imex é devedor solidário, responsável pela dívida trabalhistas. Como não estamos tendo êxito no recebimento das verbas devidas, o sindicato tem buscado medidas para resguardar os direitos destes trabalhadores, com a penhora, arresto de carne, entre outros meios para completar o valor da dívida”, destacou.
A advogada ainda acrescentou que o carregamento não é suficiente para pagamento das verbas rescisórias, sendo necessário o arresto de outros pertences do empreendimento.
“Estamos no acautelando. Temos a penhora e o arresto de outros materiais, empilhadeiras, para garantir a dívida. A carne não foi suficiente”, disse ao RCN67.
Planta
Atualmente a planta frigorífica de Paranaíba pertence ao grupo Golden Inmex, que arrematou o prédio em leilão realizado no dia 14 de setembro de 2021, por R$ 19,9 milhões.
A planta em Paranaíba pertencia ao grupo Margem que, em 2008, pediu recuperação judicial, quando foi criada a empresa Total S/A.
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