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Dívida

Maioria dos produtores rurais não aceita negociação do frigorífico Golden Imex

Grupo Golden deve cerca de R$ 20 milhões aos pecuaristas que venderam gado para o abate no frigorífico de Paranaíba

A reunião entre pecuaristas e um advogado representante do frigorífico Golden Imex, em Paranaíba, terminou sem qualquer tipo de acordo em relação à dívida estimada em R$ 20 milhões por atraso de pagamento a empresa tem com seus fornecedores.

A proposta para saldar os mais de R$ 20 milhões em dívida com 120 produtores rurais foi de parcelar o pagamento entre 20 e 30 vezes dependendo do caso. A partir daí, a empresa revogaria os avisos prévios, continuaria com os funcionários demitidos e voltaria a comprar e abater o gado.

A proposta foi recebida com revolta pelos produtores, representantes deles, e pelo prefeito Maycol Queiroz (PDT), que mediou a reunião.

“Péssima, chula, de maneira cretina. Os donos estão em São Paulo com medo de ameaça. Cada fazendeiro vai procurar seu advogado de forma individual. Acho muito difícil voltar a abater boi. Mandar um advogado aqui é achar que os fazendeiros são palhaços”, disse o prefeito em duras palavras.

O pecuarista Gilmar Macedo participou da reunião e reclamou da proposta feita pelo frigorífico. “Não teve acordo, porque o frigorífico fez uma proposta indecente de pagar em 24 parcelas e não há garantia. Só queremos receber o que é nosso”, contou. 

Fabio Macedo, presidente do Sindicato Rural de Paranaíba, embora não seja credor do Frigorífico, se mostrou solidário a causa. “Tenho que medir as palavras. Para mim, foi uma proposta indecente, eles não podem fazer um negócio desse. Você combinar um prazo de 30 dias e apresentar o pagamento de uma conta em atraso em 20 vezes, sem garantia, isso é desrespeitar o produtor rural. E falar que quer voltar a abater gado”, ironizou.

O advogado Fredson Freitas, que representa 70 produtores rurais, e ingressou com ação judicial, estimada em R$ 10 milhões,  disse que nem houve uma proposta de fato, pois o representante do frigorífico apresentou diversas possibilidades de parcelamento, sem efetivar um compromisso.

“A reunião foi totalmente infrutífera. O advogado falou em vários números de parcelas, mudavam o tempo todo esse número e a reunião teve início, mas não teve fim. O pessoal foi se revoltando com a situação e saindo e virou bate boca. É uma situação lamentável. Agora, vamos continuar com as medidas judiciais para garantir o pagamento”, contou. 

O advogado Diego Natanael Vicente, representante de um dos proprietários, Mohsen Amerian, disse que 70 funcionários do administrativo continuam no prédio e ele próprio está dando expediente nas instalações do Golden Imex. Além disso, o representante alega que a intenção da empresa é voltar a abater a partir da próxima semana.

“Na segunda vamos estar implementando o retorno. Nunca foi anunciado fechamento. O setor administrativo, que faz a venda, continua funcionando”, justificou Diego.