No dia 8 de março, quando se comemora do Dia Internacional da Mulher, há muito ainda o que se discutir quando se fala em mulheres vítimas de violência doméstica, pois há uma linha tênue entre o ciúme e a possessão, se é que é possível distingui-los. A maioria dos casos começa com um “cuidado” exagerado. Aí então começam as restrições, como amizades, redes sociais e até a convivência com a família.
Para a delegada Eva Maira Cogo, titular da DAM (Delegacia de Atendimento a Mulher), a maioria dos casos que chegam na DAM são de mulheres que nem se quer percebem que estão neste ciclo de relacionamento abusivo e não reconhecem as agressões.
“Os homens acham que as mulheres são coisas, propriedade. Quando termina um relacionamento não é aceito pelo sentimento de posse e não de amor”, destacou.
Cogo destaca que o homem muitas vezes faz a mulher acreditar que o ciúme exagerado é amor e mulher passa a acreditar que ele a ama tanto e por isso a controla. “A mulher fica tão sozinha, se afasta de amigos e família, que não sabe onde buscar auxílio, por que só fica ela e ele. Temos casos que o homem proíbe rede social, controla mensagens, roupa. E tem casos que só a mulher vendo outro caso ela se identifica”, explicou.
“A gente ouve muitos casos que as mulheres relatam puxão de cabelo e empurrão e elas não enxergam isso como agressão, se deixar marca é lesão corporal. Elas estão inseridas num ciclo de violência muitas vezes, se o homem bebe para de beber, se não frequenta igreja passa a frequentar, posteriormente quando vem o pressão volta a fase de tensão até voltar a fase da agressão”, disse.
Ouça a íntegra da entrevista: