Duas irmãs se reencontraram após 56 anos sem saberem de notícias uma da outra. O reencontro foi possível após uma publicação em rede social. Leir de Fátima Ribeiro, 57 anos, a caçula de 22 irmãos sempre viveu em busca de notícias da família e encontrou Jacimar Guilherme Santos, 78 anos, a irmã mais velha no Mato Grosso, depois que publicou na internet que buscava os irmãos e uma sobrinha reconhecer os nomes do avós, que eram os mesmos dos pais de sua avó, que também procurava parentes.
Após passar 15 dias na casa de Jacimar na cidade de Campo Verde – MT e conhecer a família da irmã, Leir trouxe a irmã para conhecer sua família em Paranaíba.
Fátima conta que fez quando era criança os pais eram alcoólatras e não tinham condições de cuidar dos filhos, e enquanto alguns fugiam de casa, outros eram doados para outras famílias. “Ela [a mãe] tinha doado quase todos os filhos, sobraram os dois caçulas, que era eu e meu outro irmão Sebastião. Mas meu pai faleceu e minha mãe também nos deu para outras famílias; o meu irmão ela pegou de volta depois de um tempo, mas eu não. Fui criada por uma família de Paranaíba mesmo”, contou.
Ela lembra que após alguns anos, reencontrou a mãe doente, e neste tempo casou e teve o primeiro filho. Os cuidados com a mãe seguiram até que ela morreu. Durante este tempo, Fátima disse que não tinha condições de buscar pelos irmãos, mesmo que a mãe tenha indicado onde Jacimar estaria. “A gente trabalhava de manhã pra poder comer a tarde”, contou.
“Nunca perdi esperança de encontrar alguém da minha família. Sofri demais sem ter alguém sangue do meu sangue. Neste dia que eu postei eu acho que Deus quis me ajudar”, disse.
O reencontro ocorreu há cerca de 20 dias e desde lá as duas não se separam, as famílias contam semelhanças e hábitos parecidos que as duas tem, mesmo sem ter convivido, como uma toalha que ambas usam no ombro, r
Jacimar descreve que não foi fácil ver os irmãos sendo doados e não poder fazer nada e decidiu fugir aos 12 anos. “Ver os irmãos indo embora sem você saber para onde estão indo não foi fácil. A gente não sabia nem com quem e isso foi o mais difícil”, relembra.
“Esperança a gente sempre tem e ela nunca deve acarbar, principalmente em Deus. A fé é que reúne todos nós. Eu tinha esperança de encontrar minha família. Eu acho que se tiver de ser um dia será”, afirmou.
O sonho delas ainda é poder reencontrar mais irmãos, cujo nome dos pais são Sebastiana Candida Silva e Realino Guilherme Silva.