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Rotary emite nota repudiando declaração de ex-professor

Instituição informou que o aposentado já não presta serviços de mídia digital

Direção da instituição afirmou que não compactua com qualquer forma de preconceito - Arquivo/JPNEWS
Direção da instituição afirmou que não compactua com qualquer forma de preconceito - Arquivo/JPNEWS

A direção do Rotary Club Paranaíba emitiu nota repudiando as declarações do professor aposentado e ex-gerente de mídia digital da instituição, Samir Haddad, e informou que há mais de um ano o ex-educador não presta serviços de mídia digital para a instituição. A nota foi enviada à redação do JPNEWS na manhã de segunda-feira (28).

“O Rotary Club de Paranaíba não compactua com as declarações citadas em sua página no Fecebook sobre os servidores da Polícia e repudia qualquer forma de preconceito”, diz o documento assino pelo presidente, Marcos Cesar Garcia Gasperini.

Em seu perfil na rede social Facebook, Samir publicou, sem aspas, a frase “Farda, é uma jaula, que cabe só um animal”. A frase originalmente escrita “A farda é a menor jaula, cabe um animal”, é constantemente usada em pichações feitas por grupos de esquerda e críticos da Polícia Militar e Forças Armadas em grandes centros.

Em seu perfil, na rede social, até domingo (27) de outubro, Samir se apresentava, entre outras atividades, como gerenciador das redes sociais do Rotary Club Paranaíba. A informação foi retirada de sua página. Veja a nota na galeria de imagens.

O caso

O fotógrafo e professor aposentado, Samir Hadadd, fez dura críticas a instituições militares e gerou polêmica em Paranaíba (MS) na sexta-feira (25). Samir usou um perfil em uma rede social para afirmar que “Farda é uma jaula que cabe só um animal”, reproduzindo, sem aspas, uma frase comumente usada para ofender policiais militares e integrantes das Forças Armadas nos grandes centros urbanos.

A frase, já registrada em pichações e manifestações de partidos de esquerda no país, originalmente afirma que “A farda é a menor jaula, cabe um animal”. A publicação gerou revolta em parte dos seguidores do ex-educador. O professor é conhecido pelo posicionamento em defesa do PT (Partido dos Trabalhadores), da liberdade do ex-presidente preso por corrupção, Luís Inácio Lula da Silva, e por criticas ao Ministro da Justiça, Sergio Moro, ao presidente da República, Jair Bolsonaro e a Força Tarefa Lava jato. A frase, ainda no perfil de Samir até o fechamento desta matéria, recebeu dezenas de criticas.

Em uma das manifestações contrárias ao posicionamento do professor, uma seguidora, Tereza Nascimento, publicou uma foto do filho policial e ex-aluno de Samir, perguntando se o filho parece um animal. “Meu filho usa farda tenho muito orgulho dele…foi aluno seu. Por acaso ele se parece com animal?”, escreveu.

Delma Serrar, também seguidora do aposentado e mãe de policial, rebateu o professor. “Nossa Samir. Me admira muito vc como um educador que foi dizer um absurdo desse, não devemos generalizar nada e nem ninguém, tenho um filho que usa farda em seu trabalho, e tenho o maior orgulho dele, e tenho certeza que não é nenhum animal, muito pelo contrário, é formado em Direito e administração de empresas, tem a OAB, honesto e honra a farda que usa, é extremamente estudioso e culto, e cuida da família e da vida dele sem eu ter que o ajudar em nada, não tive que vender minha casa prá mantê-lo. Olha ao seu redor antes de dizer asneiras.”

Procurado pela reportagem, o sargento do 13° Batalhão de Polícia Militar, Marco Antonio Benites, afirmou, em resposta, que uma farda não é para qualquer um. “Em primeiro lugar começo saudando este cidadão que trabalhou por tanto tempo. Tempo necessário para conseguir sua aposentadoria. Fica aqui o meu respeito. Porém, verdadeiramente, não é qualquer pessoa que vai entrar dentro dessa farda, há uma seleção. Não é qualquer pessoa que vai exercer com excelência o trabalho de proteger e ajudar as pessoas. Isso não é para qualquer um.”, afirmou o sargento.

Benites ainda ressaltou o juramento de amor ao país, que cada profissional fardado, integrante da Polícia Militar, deve fazer. “E o principal de tudo, entrar nessa “prisão” chamada farda não é fácil. Tem que fazer um juramento, tem que respeitar os direitos constitucionais do nosso país, mesmo não concordando com certas leis”, afirmou.

O policial também ressaltou a falha do sistema educacional. “Se há tantos crimes, prisões e criminalidade, seria porque de certa forma o sistema educacional falhou. Nós temos de desfazer muitas coisas. Hoje não sabem cantar o Hino Nacional”, disse.

O sargento lamentou que tal ataque tenha partido de um profissional de educação. “É lamentável ver um professor da minha época, de quando eu era criança, onde naquele tempo existia respeito aos símbolos nacionais e respeito ao próximo. Tudo isso foi diluído nos últimos anos e não foi por culpa da Polícia. De fato ele está certo, essa farda não é para qualquer um. Prendo marginais causados pela incompetência da educação com muito gosto”, disse.

No perfil de Samir Haddad, ele se apresenta também como desenvolvedor de sites, biólogo e cientista físico, além de dono de um site de notícias e gerente de redes sociais do Rotary Clube Paranaíba.