O sargento do 13° Batalhão de Polícia Militar de Paranaíba (MS), Marco Antônio Benites, afirmou que “o serviço de inteligência da Polícia e patrulhamento escolar estão atentos a todos os tipos de riscos que pais, alunos e funcionários de unidades de ensino possam estar expostos, trabalhando ostensivamente na prevenção e monitoramento das áreas escolares”, a declaração foi dada em entrevista ao Jornal do Povo, da Rádio Cultura FM Paranaíba 106,3MHz, na manhã de quinta-feira (14), em um debate que contou com a participação de pais de alunos através das plataformas digitais da emissora.
Diversos setores da sociedade levantaram questionamentos em relação à segurança de alunos nas escolas do município após o massacre ocorrido na manhã de quarta-feira (13), na Escola Estadual Raul Brasil, no município de Suzano, Região Metropolitana de São Paulo. Por volta de 9h30, Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25 anos, ex alunos, chegaram à Escola Estadual Raul Brasil e abriram fogo contra alunos e funcionários do local, matando 8 pessoas. Antes de entrar na escola, os assassinos estiveram em uma loja de automóveis próximo ao colégio. O proprietário do estabelecimento, Jorge Antonio de Moraes, tio de Guilherme Taucci Monteiro, levou três tiros e morreu horas depois no hospital onde passou por cirurgia. Há feridos ainda em atendimento em unidades hospitalares do município e da capital paulista.
De acordo com Benites, a Polícia visa dar autonomia aos diretores e coordenadores dessas instituições de ensino, só adentrando os portões destes locais quando solicitados, porém, nas imediações, os policiais atuam na orientação, prevenção e repressão a qual tipo de ato ilícito que possa levar riscos à população. O sargento ressaltou também a importância de um trabalhão de conscientização não só de alunos, mas também de pais e responsáveis quanto ao valor de uma educação familiar.
“Uma das coisas que nós ensinamos em nossos projetos, como o PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas), é o respeito ao próximo. Suponhamos que este jovens, que cometeram esse crime bárbaro nesta escola em Suzano, fizessem parte de um projeto nosso, dificilmente eles seriam intolerantes dessa forma. Respeito ao próximo, ao mais velho. É isso que nós pregamos. E vamos além, se estes assassinos tivem sido abordados antes de chegarem ao local, provavelmente este crime não teria ocorrido. Por isso é importante que quando houver uma abordagem policial, o cidadão entenda que aquele é nosso trabalho e que aquela ação pode avitar crimes como estes e outros”, afirmou.
O sargento ressaltou a importância de pais ficarem atentos aos passos dos filhos também nas redes sociais. “Hoje em dia, infelizmente, é comum o ‘culto’ ao crime. Constantemente nós abordamos jovens com tatuagens de criminosos, usando linguagem características do meio do crime, como se isso fosse algo positivo. Isto em muitas das vezes é reforçado em rodas de amigos também virtuais. Não podemos transferir para a escola ou Polícia a responsabilidade de criação de nossos filhos”
Finalizando, Benites convidou jovens a se inserirem em outro tipo de contexto social, o de “boas ações”, por exemplo. “A estes jovens, que às vezes admiram tatuagens de criminosos, que acham vantagem usar linguagem de bandido e que acreditam que podem tudo, faço um desafio, o de irem ao asilo municipal e ajudar aqueles velhinhos com uma boa ação, se propondo a serem o máximo nesse sentido”.