Investigação da Polícia Civil sobre um suposto estupro contra uma adolescente, de 12 anos de idade, em Três Lagoas, revelou que a menina teria mentido sobre o crime para esconder da mãe que estava “matando” aula. A informação foi confirmada pelo delegado Thiago Passos, que atua na Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM).
O caso foi registrado na madrugada de 12 de maio, quando a família da menina acionou a polícia para ir até à residência, no bairro Jardim das Violetas, alegando que ela havia sido violentada sexualmente. Na ocasião, a mãe da garota relatou que foi até a escola, naquele mesmo dia, para buscar a filha, mas não a encontrou.
Ao ser questionada pela mãe, a garota alegou que pegou carona na saída da escola com uma pessoa desconhecida, que conduzia um veículo e, durante o trajeto, a violentou. Depois de praticar o crime, segundo a menina, o suspeito a deixou na rua. “ Os investigadores apuraram o caso e descobriram, analisando imagens em câmeras de segurança de propriedades privadas, que a adolescente saiu da escola com um grupo de amigos e se dirigiu até uma casa abandonada, onde permaneceu por algumas horas e depois saiu do local com as mesmas pessoas”, contou o delegado, em nota enviada à imprensa.
Passos disse também que as roupas da vítima não apresentavam vestígios de que teria sido vítima de abuso sexual da forma como relatou. Ela ainda foi submetida a ao exame de corpo de delito, cujo resultado deu negativo para a prática de relações sexuais.
“A adolescente foi ouvida novamente e, diante dos indícios verificadas pelos policiais civis, acabou confessando ter matado aula no dia dos fatos e, como foi surpreendida pela mãe fora da escola, inventou ter apanhado uma carona com um desconhecido e ter sido estuprada por tal pessoa. Ela alegou ter ido até a casa abandona para acompanhar um casal de amigos, também adolescentes, que iria ficar naquele local”, explicou.
Segundo o delegado, a adolescente vai responder por ato infracional análogo ao crime de comunicação falsa de crime ou contravenção, previsto no Código Penal, e poderá sofrer medida socioeducativa O inquérito aberto para apurar o caso deve ser concluído em 30 dias e será encaminhado ao Juízo da Infância e Juventude da Comarca de Três Lagoas.