O gerente de marketing da empresa Agroinsumos, Marcos Matos, publicou em uma rede social um texto relembrando a trajetória e relatando momentos marcantes da vida do engenheiro agrônomo Silas Henrique Palmieri Maia, 33 anos, assassinado com tiros na nuca pelo produtor rural, Paulo Faruk de Moraes, em um restaurante no distrito de Novo Paraná (MT).
Na publicação, Marcos revela o espírito aventureiro de Silas ao comentar uma viagem do paranaibense e sua noiva, de Sinop (MT) até Machu Picchu, no Peru, a bordo de um fusca azul. Silas era amante de carros antigos e mantinha sob extremo cuidado o veículo desde a sua adolescência. O casal, segundo Matos, estava de casamento marcado para o final de 2019 e já fazia planos em relação a filhos.
Bom filho, extrovertido e comunicativo, segundo o gerente, Silas tinha muitos amigos e jogava futebol nas horas vagas. Além de paixão pela noiva, pelo fusca, por motos, por futebol e pelo trabalho, Silas também gostava de pescar e tinha um carinho todo especial pelo cachorro de estimação, chamado de Moti, além de um amor e uma parceria admirável entre o engenheiro e seu irmão, Nícolas Palmieri.
O gerente e amigo do paranaibense morto após cobrar uma dívida encerra o texto relatando o “mar de lágrimas” em que amigos e familiares se encontram e pede justiça. Veja a íntegra da postagem na galeria abaixo.
Associação dos Engenheiros Agrônomos de Sorriso, Cearpa (Centro Estadual das Revendas de Produtos Agropecuários), instituto Soja Livre, Syngenta Proteção de Cultivos, AgriRede, Ourofino Agrociência, divulgaram notas de repúdio e pesar pelo assassinato do engenheiro.
O caso
O paranaibense Silas Henrique Palmieri Maia, 33 anos, foi morto na tarde de segunda-feira (18) na região rural de Porto Gaúchos, Mato Grosso, a 650 Km da capital Cuiabá. De acordo com a imprensa local o engenheiro agrônomo, que estaria na região para cobrar uma dívida de um produtor rural referente a safra 2018/2019, foi alvejado com quatro tiros na cabeça. Silas era consultor de vendas da empresa Agroinsumos.
Após ser atingido, o engenheiro foi colocado desacordado em uma caminhonete e teria recebido todos os procedimentos de tentativa de salvamento, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local, afirmou à imprensa local um médico que participou do procedimento.
Uma testemunha que estaria com Silas e ajudou na tentativa de salvamento afirmou que o crime teria ocorrido por volta das 13h enquanto estavam em uma lanchonete da região. O assassino teria se aproximado e surpreendido os dois, sacando a arma e efetuando os disparos. Após alvejar a vítima, o homem teria fugido do local.
Prisão
Paulo Faruk de Moraes, produtor rural, confessou ter assassinado o engenheiro paranaibense Silas Henrique Palmieri, 33 anos, em um restaurante no distrito de Novo Paraná, a 246 Km de onde residia a vítima, na cidade de Sinop – 639Km de Cuiabá – interior do Estado de Mato Grosso. O delegado responsável pelo caso, Carlos Henrique Engelmann, confirmou a informação à imprensa local. O assassino confesso alegou ter “perdido a cabeça”, disse onde escondeu a arma usada no crime e, por força de mandado de prisão, continua preso.
Depoimento
Diante do delegado, segundo informações da Polícia Civil, o autor dos disparos afirmou que estava “se sentindo pressionado” por Silas, afirmando que o engenheiro estaria “invadindo sua fazenda e perturbando seus trabalhos de colheita de soja”. O criminoso confesso também afirmou que, “incomodado com e emocionado com a situação que vinha passando, ao ver o engenheiro em um restaurante cometeu o ato sem pensar”. Depois disso, Paulo afirma que “não se lembra de mais nada”, pois teria “ficado cego pela emoção”, saindo com o veículo em direção aos município dos Porto dos Gaúchos, Novo Horizonte e Juara, interior de Mato Grosso.
Segundo o delegado, o produtor rural afirmou que a arma utilizada no crime foi deixada durante a madrugada de quinta-feira (21) em frente à Delegacia de Tabaporâ. Ainda segundo o delegado a arma já foi encontrada e encaminhada para perícia. O assassino afirmou ser o proprietário da arma, porém, sem permissão para portá-la.
Câmeras de segurança do restaurante registraram a execução de Silas Henrique, que estava no local em companhia de outro homem. Nas imagens é possível ver o assassino de camisa azul, usando boné e óculos de grau, chegando pelas costas, tocando o ombro da vítima e o executando assim que ele se vira para trás. Silas morreu na hora. O homem que o acompanhava conseguiu fugir no momento dos disparos. O corpo do engenheiro passou por autópsia no IML de Juína (MT) e foi trasladado para Paranaíba (MS), onde residem seus pais e familiares. Silas foi velado na casa de velório Pax Vida e sepultado na manhã de quarta-feira (20) no cemitério municipal.