Como de costume, a bicicleta fica trancada no estacionamento da empresa desde cedo. Somente às 15h, é que Érica vai até lá, destranca e segue rumo para casa, distante apenas cinco quarteirões. É plena luz do dia, mas isso não impediu que ela fosse abordada por ladrões. O celular, a bolsa com os documentos foram levados, restando apenas o trauma de quem vivenciou momentos de tensão. E detalhe: duas vezes somente neste ano.
Érica Resende, médica veterinária, integra a lista das 147 vítimas de assaltos em ruas e avenidas de Três Lagoas, entre janeiro e setembro. Os dados são da Polícia Civil e revelam um cenário preocupante quanto o assunto é segurança pública. “São poucos segundos de terror e você sempre acha que o ladrão está armado, mesmo que não veja o revolver. Nesses momentos, só pensei em entregar tudo o que carregava para não sofrer nenhuma agressão ou até ser atingida por um tiro”, declarou à reportagem.
De acordo com os relatos das vítimas, em boletins de ocorrências, na maioria dos casos, os ladrões agem da mesma forma: estão em bicicletas, tendo um comparsa na garupa, e usam arma de brinquedo (simulacro). “São ações criminosas rápidas. O ladrão que está atrás aborda a vítima dizendo que está armado, muitas vezes aponta algo embaixo da camiseta, e a pessoa apavorada acredita que é um revólver. Não dá tempo para verificar que não é. Por isso, sempre eles sempre praticam o crime em dupla”, considerou o delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia Civil, Messias Pires.
Ele destaca que apesar da grande quantidade de ocorrências de roubos em vias públicas, o número é menor do que registrado no mesmo período do ano passado, que foram 243. Redução de 39% nos casos e o delegado atribui ao policiamento reforçado em toda a região.