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Assustador!

Casos diários de violência contra a mulher triplicam em Três Lagoas

Dados da Polícia Militar revelam que por dia duas mulheres, em média, são vítimas de agressão física e de ameaças na cidade

Homem foi preso após a ex-mulher denunciá-lo por violência doméstica à Polícia Civil, em Três Lagoas, no mês de setembro de 2017 - Divulgação/Polícia Civil
Homem foi preso após a ex-mulher denunciá-lo por violência doméstica à Polícia Civil, em Três Lagoas, no mês de setembro de 2017 - Divulgação/Polícia Civil

A cada dia duas mulheres, em média, sofrem algum tipo de violência doméstica ou familiar, em Três Lagoas. O número é alarmante e representa 930 boletins de ocorrência registrados pela Polícia Militar e encaminhados para a Delegacia Especializada da Mulher (DAM), em 2017. São 77 vítimas de agressões físicas e verbais, por mês, de acordo com o levantamento da polícia, sendo a quantidade três vezes maior se comparada com 2016. 

O maior índice de violência é de lesão corporal seguido por ameaça. Na maioria dos casos, o agressor é o marido, companheiro ou o ex, revela o levantamento. Outro dado que chama a atenção das autoridades em segurança é o alto número de feminicídio. Cinco mulheres foram vítimas deste tipo de crime, no município, no primeiro semestre do ano passado. É 150% maior no comparativo com 2016, quando dois casos foram registrados.

A tenente da Polícia Militar, Ana Karla Oliveira Veiga, explicou que o feminicídio é um crime de gênero cometido contra mulheres, quando há violência doméstica ou discriminação à condição da mulher. A lei foi incluída no Código Penal como uma modalidade de homicídio qualificado e entrou em vigor no dia 9 de março de 2015.

“Infelizmente a violência contra a mulher ainda é a mais comum no âmbito familiar, se comparado a idosos e crianças, por exemplo. As mulheres estão tendo mais coragem de denunciar os parceiros. Mas, sabemos que essa violência é cultural. Os homens pensam que têm a posse sobre a parceira. Essas pequenas atribulações da convivência se tornam em agressão”, avaliou a tenente. 

A oficial disse, ainda, que é importante que a vítima procure a polícia ao sofrer algum tipo de agressão. Ao ser questionada sobre denúncia anônima, Ana Karla Veiga ressaltou que os casos só são investigados quando a mulher confirma ter sido vítima do parceiro. “Procuramos todos os mecanismos para conscientizar e para que a mulher não fique calada” diante de agressões”, disse.  

PUNIÇÃO
Em 2017, os casos de feminicídio, por exemplo, segundo a tenente, foram elucidados, refletindo atuação positiva das polícias Militar e Civil. Os agressores foram presos em todos os casos. 
As mulheres atacadas podem denunciar agressores pelo 190 da Polícia Militar e pelo programa Disk 180, criado há seis anos para receber e encaminhar os casos para os locais solicitados ou ir até uma delegacia. 

MEDIDA PROTETIVA
Depois de ser aberto inquérito na Polícia Civil, o caso pode avançar para medida protetiva junto ao Poder Judiciário.