Após ser preso na manhã desta terça-feira (20), em Ponta Porã/MS, na fronteira com o Paraguai, Antônio Joaquim da Mota, o Tonho, suspeito de chefiar uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas, foi encaminhado para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande.
A ação contou com o apoio da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp/MS) no transporte aéreo de Ponta Porã para a capital sul-mato-grossense.
Tonho é apontado como o atual chefe do 'Clã Mota' que teria movimentado toneladas de cocaína trazida do Paraguai, passando por Mato Grosso do Sul e saindo por portos brasileiros para chegar à Europa. A Polícia Federal cumpriu mandado de prisão contra Antonio Joaquim da Mota por vários crimes, entre eles o de posse e tráfico ilegal de arma de fogo, tráfico de drogas e organização criminosa.
Na Penitenciária Federal, Tonho deve permanecer em isolamento preventivo por 20 dias, com restrição de visitas. Após esse prazo a Justiça Federal deve decidir se ele ficará em uma cela convencional ou no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que tem regras mais rígidas.
Família Mota
Antônio Joaquim da Mota é pai de Antonio Joaquim Mendes Gonçalves da Mota, conhecido por 'Dom' ou 'Motinha', um foragido da Justiça brasileira que teve o nome incluído na difusão vermelha da Interpol e está sendo procurado em 196 países que integram a a Organização Internacional de Polícia Criminal.
Dom conseguiu escapar de ser preso no ano passado, quando recebeu informações vazadas sobre a operação entre as polícias do Brasil e do Paraguai que estava sendo organizada para capturá-lo. Ele fugiu de helicóptero de uma fazenda na região de fronteira e não foi mais localizado.
A família Mota, tradicional de Ponta Porã e forte pela atuação no ramo de pecuária e por sociedade em frigorífico, já foi alvo de outras operações policiais e tem integrantes investigados por lavagem de dinheiro e associação ao crime e ao tráfico internacional de entorpecentes e armas.
Conforme denúncias à Justiça brasileira, a família Mota atuaria no crime organizado na região de fronteira com o Paraguai desde a década de 70, reunindo patrimônio a partir do contrabando de café, de cigarros e de eletrônicos.