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Mulher Protegida

Vítimas de agressão têm atendimento psicossocial

Paranaíba tem em média mais de um caso de violência doméstica registrado por dia

Mulher foi vítima de tentativa de feminicídio no final de semana - Talita Matsushita/JPNews
Mulher foi vítima de tentativa de feminicídio no final de semana - Talita Matsushita/JPNews

Paranaíba tem em média mais de um caso de violência doméstica registrado por dia. No último final de semana o caso mais violento de 2019 foi o de uma jovem de 22 anos, que foi mantida sob domínio e espancada pelo ex-namorado, um homem de 28 anos, após ele pular o muro da residência onde ela mora em Paranaíba.

Após invadir a casa e ter surpreendido a jovem, tomando o celular de suas mãos e iniciando a sessão de humilhação, tortura e espancamento. O homem é reincidente e tem vários outros registros de ex-namoradas que o denunciaram por violência doméstica, ameaça e lesão corporal, quando foi condenado.

Além de dar visibilidade aos crimes, estruturar uma rede de apoio que viabilize atendimento e alternativas de vida para as mulheres é fundamental no combate à violência doméstica. Por isso, na base dessa proposta está a articulação dos atendimentos especializados no âmbito da saúde, da justiça, segurança pública, rede socioassistencial e promoção da autonomia financeira.

Rosemary Bevilaqua da Silva, coordenadora do programa de Políticas Públicas para Mulheres, destaca que as vítimas de violência doméstica são encaminhadas para atendimento psicossocial, com assistente social e psicóloga.

Segundo Rose, no passado mulher era submetida a uma verdadeira peregrinação em busca de instituições públicas. Além dessa dificuldade, muitas vezes era recebida por pessoas que não estavam preparadas para tratar de casos de violência, podendo submetê-la a um sofrimento continuado ou mesmo tratá-la com preconceito.

“A mulher não é a culpada, não importa a situação. Um exemplo que é justificar o uso da bebida alcoólica. Mas o homem estava em um bar bebendo com quatro amigos e chega em casa agride a esposa. E eu pergunto no bar ele não agrediu ninguém, por que em casa ele bateu na esposa? Então não é a bebida, é o que acontece no ambiente familiar”, disse.

Com os homens também é desenvolvido um trabalho em parceria com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Fórum, Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), onde em uma roda de conversa é trabalhado que o que ele fez é errado.

“Acredito que se desenvolver um trabalho para a mente do adolescente e criança funciona, mas existem casos que são irreversíveis, porém quando mais você fala do assunto, menos agressões teremos”, pontuou.